#episodioanterior
Se a imaginação de Lourdes a perturbou quanto mais a realidade. O fim inevitável chegou e Cadu se foi sem chance de retorno e o pior era saber que isso era culpa dela, caso não tivesse dito aquelas palavras ele não a teria deixado.
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Devagar, Lourdes ousou se aproximar, assim, caso não fosse quem pensava ser dava pra disfarçar e evitar constrangimento – ainda mais naquele momento delicado – só que antes de estar perto suficiente pra avaliar a fisionomia, a pessoa se virou e a enlaçou num abraço.
Ao invés de ficar espantada ou se afastar, tudo o que ela pode fazer naquele instante foi chorar, o abraço recebido foi tão real que uniu a alma de ambas num sentimento que as levou às lágrimas.
Embora a imprudência do descendente da mulher apegada a si, que tivesse interrompido a vida de Cadu, pelo menos pode estar com ele até o último momento, já a outra teve o filho arrancado do jeito mais cruel: sem poder dizer adeus.
Não foram necessárias palavras, nem confirmar se Elis esteve no hospital, a ligação entre elas tornou todo resto desnecessário e o abraço possibilitou conforto e perdão. Mesmo restando incógnitas Lourdes deu o assunto por encerrado, afinal, não há necessidade de entender tudo pra aproveitar os mistérios da vida.
Quando se afastaram, Lourdes aproveitou pra enxugar o rosto, só aí percebeu que, da mesma forma que chegou – sem ser percebida por ninguém – Elis partiu sem deixar rastro ou migalha alguma de sua passagem ali; desaparecendo num secar de lágrimas.
Rapidamente a atenção se voltou pro caixão, de onde tenebrosos e invisíveis tentáculos lhe espremeram o corpo, a puxando pras entranhas da terra, obrigando-lhe a segurar com força na borda do esquife pra se manter em pé, enquanto as lágrimas corriam livres, aliviando o peso que a tentava esmagar.
“Não há necessidade de entender tudo pra aproveitar os mistérios da vida.”
Algo em que acreditava ser um dos princípios invioláveis da natureza é a ordem de partida, onde os pais se vão antes, o contrário era antinatural – e de forma alguma justo. Ela já havia enfrentado a morte quando precisou enterrar os pais, agora estava prestes a sepultar o único rebento; sofrimento demais a qual pai nenhum devia passar, porque na escala de dor a perda de um filho é a mais excruciante.
— Amor, a vida do Cadu não era responsabilidade sua, só D-s tem o dom da vida. Todo tempo que ele esteve vivo, foi porque D-s quis assim e se não fosse a hora de ir, nosso filho teria retornado pra gente.
Marcos pretendia apenas servir de apoio pra esposa e abraçá-la, mas as palavras ecoaram, vindas da conexão com a eternidade nele, ao perceber já as dissera. Quanto elas atingirem os ouvidos de Lourdes, o som reverberou em seu corpo e um imenso fardo foi retirado de si, que até aquele momento achava ter responsabilidade total sobre a vida de Cadu.
— Foi isso que fez eu me tornar enfermeira. – E com essas palavras, Socorro dispersou as imagens da história. – Menino Luan, a dor e a incerteza podem até nos machucar e deixar assustados, só não têm o direito de roubar nossa esperança.
Socorro chegou ao fim de um relato que até não durou mil e uma noites, mas se arrastou por um bom tempo, obtendo o mesmo efeito em manter o garoto interessado na continuação – era inegável o poder de encantamento possuído por ela.
Tendo atuado em diferentes áreas – e se imaginado fazendo várias coisas – ela se quer cogitou trabalhar com saúde, até ser alcançada num momento delicado. O impacto foi tamanho, a ponto de fazê-la perceber a vida por outra perspectiva, então se deu conta de conseguir realizar tanto ou mais que aquela mulher [João 14.12].
Compelida pelo chamado da enfermagem, optou pela área, assim podia ajudar as pessoas a verem a vida pela ótica da esperança – que lhe resgatou [Romanos 8.24-25] – a encontrarem um recomeço através da ajuda que podia proporcionar.
“A dor e a incerteza podem até nos machucar e deixar assustados, só não têm o direito de roubar nossa esperança.”
Por ser a enfermagem uma área dinâmica e vital, precisou se empenhar pra dominar os protocolos e desenvolver as habilidades necessárias, pois desejava exercer um cuidado pautado na caridade – amor implica em dedicação, só assim é possível alcançar a excelência [Colossenses 3.23].
Afinal, assim como o amor exige diligência, resultando em despender atenção, a enfermagem necessita de competências técnicas e práticas pra se obter qualidade e segurança no atendimento – o que não advém apenas da vontade de fazer o bem, pois desejo sem entrega é ineficaz, assim como a fé sem obras é morta e incapaz de produzir efeitos [Tiago 2.17].
Ainda assim não foi fácil, Socorro enfrentou dificuldades, teve de contornar empecilhos, como a pouca valorização – mesmo a profissão sendo essencial – além da falta de regularização da carga-horária do trabalho.
Mesmo focada, ainda precisou filtrar ou ignorar as opiniões – não solicitadas – dizendo não precisar fazer aquilo, pois era boa em outras coisas, que enfermagem exigia demais de si e isso tudo era verdade. O mais difícil foi ter ouvido isso de pessoas próximas, parentes e até mesmo de profissionais os quais admirava, dizendo que talvez não tivesse feito a melhor escolha.
“Amor implica em dedicação, só assim é possível alcançar a excelência.”
Felizmente, pode contar com o apoio incondicional do marido, amigos e irmãos, além de encontrar forças em D-s [Neemias 8.10] – outro fator decisivo foi a percepção de onde podia chegar. Não espere que as pessoas celebrem seu sonho, apoiando suas escolhas; é difícil acreditar em algo que só você pode ver, admiração e respeito costuma vir com muita persistência e trabalho duro, após se obter sucesso.
E foi a resiliência quem provou a certeza de suas convicções. Ao servir ao próximo ela podia experimentar um bem-estar e satisfação mais amplos do que quando fazia algo prazeroso por si mesma – ao fazer o bem, sem interesses egoístas, voltamos a essência e nos tornamos mais próximos de D-s, desfrutando de uma sensação profunda de plenidão e felicidade.
— Agora você precisa descansar um pouco, menino Luan. – Socorro o cobriu. – Depois a gente conversa mais. – Tendo dito isso, a enfermeira saiu, fechando a porta atrás de si.
Luan apenas permaneceu imóvel, por sorte a enfermeira foi mais rápida e saiu sem esperar nenhuma resposta, até porque diante de tanta informação seria necessário um tempo antes de poder dizer algo, assim se sentiu grato pela sensibilidade de Socorro e pelo silêncio tão bem-vindo.
“Desejo sem entrega é ineficaz, assim como a fé sem obras é morta e incapaz de pode produzir efeitos”
Após um período rememorando os pixels do mosaico de fatos costurados pela narração de Socorro, uma inquietação – resultado da picada do bichinho do questionamento – o fez desconfiar haver mais coisas naquela história.
Impulsionando pela certeza de haver algo mais por baixo da camada de complexidade, sentiu a necessidade de descobrir as respostas que podiam provir dessa agitação.
Mesmo sendo um relato inspirador, não era pra sair falando pra qualquer um, ainda assim a enfermeira lhe contou tudo em detalhes. Exatamente aí que estava o problema, ela conhecia tudo com precisão.
Que Socorro era excelente contadora de histórias isso deve ter ficado bem claro, né? Mas haviam nuances demais se misturando com profundidade no relato sem qualquer incongruência. Além da seriedade, a enfermeira não precisava de fantasias pra se fazer importante, sua presença bastava pra tornar o ambiente carregado de luz, o que o fez pensar se ela seria um anjo.
Se fosse seguir a percepção essa seria uma resposta apropriada, afinal, anjos são mensageiros, às vezes divinos, em outras, humanos, enviados pra nos lembrar o que realmente é importante manter em nossas vidas.
“Não espere que as pessoas celebrem seu sonho, apoiando suas escolhas; é difícil acreditar em algo que só você pode ver, admiração e respeito costuma vir com muita persistência e trabalho duro, após se obter sucesso.”
Acostumado ao método científico, ao invés de se prender as implicações da percepção e das suposições, resolveu pesquisar a história afundo e descobrir de uma vez por todas se havia mesmo algo detrás de tudo aquilo. Caso a resposta fosse negativa pelo menos ia poder aquietar as perguntas que não paravam de brotar.
Sem se conter, Luan se ajeitou leito, pegou o iPad e criou um mapa mental, traçando o que precisava descobrir, daí iniciou as pesquisas. Até conseguir concluir as buscas com as respostas necessárias, foram necessários alguns dias – já que não pode se dedicar por inteiro a tarefa pra não levantar suspeitas; além de estar reescrevendo o roteiro da série que iria retornar às gravações.
Como a memória costuma não apresentar informações com a mesma exatidão em que os fatos ocorreram ou foram percebidos, ele fez igual investigador e criou um painel semântico – mais conhecido como quadro de evidências ou painel de investigação – assim, além de facilitar visualizar o plano geral, evitava misturar os insights das pesquisas aos da escrita.
Pra não ser apanhado, inclusive por Socorro – a quem investigava – ao invés de utilizar a parede pra isso, lançou mão do Miro – um app de quadro branco que costumava usar pra lhe direcionar a escrita, com características dos personagens, amostra de cores pra cenários e roupas, fotos de lugares e coisas, flores, perfumes, símbolos, frases, versos e tudo mais que pudesse lhe despertar a criatividade.
“Ao fazer o bem, sem interesses egoístas, voltamos a essência e nos tornamos mais próximos de D-s, desfrutando de uma sensação profunda de plenidão e felicidade.”
Já no painel de investigação, foi adicionando imagens, palavras-chave, trechos importantes e até vídeos encontrados pra facilitar a visualizar as possíveis relações, enquanto elaborava, testava hipóteses e verificava possíveis lacunas nos dados ou mesmo no raciocínio. Conseguindo organizar as ideias de maneira clara e estruturada, afinal, nada como o visual pra sintetizar o espírito da coisa.
Foram necessários alguns dias de pesquisa e resultados surpreendentes, ao final, acabou encontrando mais que se dispôs a buscar; descobriu mais sobre si mesmo e o motivo de estar no hospital. Ele sabia que a internação se deu devido ao acidente sofrido – isso a memória não lhe deixava esquecer – mas a razão envolvida no que o levou a tamanha fatalidade era mais complexa.
Antes mesmo de saber da morte da mãe, ele já não andava bem, o relacionamento com o pai e a irmã não eram lá essas coisas, daí vieram as restrições pra evitar a disseminação do COVID-19 que o forçaram a ficar preso em casa sem poder fazer os passeios noturnos com Kiron, um akita inu muito dócil, leal e ciumento. O único com quem Luan possuía conexão real naquela casa – um verdadeiro raio de sol, conforme seu nome em sânscrito.
“Anjos são mensageiros, às vezes divinos, em outras, humanos, enviados pra nos lembrar o que realmente é importante manter em nossas vidas.”
Nesse ambiente, ele começou a ser sufocado por um peso que, mesmo respirando fundo não conseguia dispersar. Nem os banhos gelados conseguiram retirar aquela coisa que grudada nele, aumentando-lhe a temperatura até ficar encharcado.
Ainda assim foi levando como deu, se tivesse mudado antes os conflitos podiam ser menores, mas a real é que mesmo tendo independência financeira pra isso, o medo de acabar sozinho o fez continuar como estava – ele já acostumara mesmo.
Pra tornar a situação menos insuportável trocou o dia pela madrugada e se descobriu mais produtivo; o silêncio somado ao frescor do vento da madrugada eram ótimos companheiros, enquanto as músicas nos earbuds estéreos o transportavam pra onde a criatividade desejasse ir.
Além de uma boa trilha sonora – que arrancava os sentimentos necessários a se eternizar em sua arte – pra focar na escrita, também se isolava das interações virtuais, desativando notificações e programando o iPhone pra rejeitar ligações fora da lista prioritária.
“A memória costuma não apresentar informações com a mesma exatidão em que os fatos ocorreram ou foram percebidos.”
Um ambiente organizado também era essencial, por isso mantinha o quarto asseado, apenas com o Mac e um vasinho de suculenta – presente da mãe – sobre a mesa e na parede um mural de cortiça onde se encontrava a versão física do painel semântico, dividido entre as atuais criações.
Como a mente costumava ir longe no estado de flow, antes de escrever fazia os apontamentos no mapa mental ou no painel semântico, daí desconectava a internet, voltando a ligá-la pra embasar algo, apenas no momento de revisão. Dessa forma impedia o senso crítico – responsável pela estrutura e coesão – de mutilar seu espírito criativo, despojado e sem noção de gramática ou regras de escrita que possibilitava profundidade e lirismo sem precedentes, impregnando de verdade sua escrita.
Mesmo incomodado e sentindo se perder de si a cada dia, ainda teria conseguido suportar tudo um bom tempo, não fosse a morte da mãe. Ao receber a notícia, sentiu que a mão a qual o mantinha suspenso na beirada do arranha-céu estava prestes a ceder, após tanto esforço pra não cair do precipício.
“Ficar assustado faz parte, tudo que a gente percebe não poder controlar causa medo.”
Tentando fugir de todo estresse, pegou a BMW e se mandou – mesmo o pai aconselhando pra ficar em casa e esperar até as coisas melhorarem – ele já não tinha medo de mais nada, inclusive de contrair o tal do coronavírus. Luan já esperara demais e agora o que restava era ver o corpo sem vida da mãe, que não lhe daria mais os abraços aconchegantes; isso se saísse logo dali.
Antes das memórias prosseguirem e ele compreender mais de si, a mente foi tomada de nuvens negras e o olhar se perdeu – aqueles sentimentos revirados eram densos demais pra se prescrutar.
Tudo escureceu, a ponto de não dar pra saber se era dia ou noite, Luan lembrava apenas de ter saído de casa pouco depois das seis da manhã.
Enquanto a moto seguia em alta velocidade, uma chuva torrencial começou a cair, o tempo – deprimente e opressivo – despertou nele uma série de sentimentos que achou estar enterrados e ele se viu obrigado a arrancar tudo aquilo de si.
Com o aguaceiro, caindo feito cachoeira, a visibilidade ficou comprometida até estar quase nula, nem assim ele reduziu a velocidade. Através das soturnas trevas sentiu-se observado e quanto mais rápido avançava maior era a sensação de ser vigiado de perto; olhando ao redor, buscou a direção de onde vinha a sensação, mas não havia nada além da pista molhada e da mata cercando.
Ao voltar a atenção pra frente, um par de olhos, ávidos por serem notados, encaravam fixamente; toda estrada convergia pra eles. O vento, a chuva e o tempo desaceleraram e uma presença tenebrosa encheu o ambiente, o incendiando de pavor. Mesmo tremendo de medo e pelo frio tentando lhe rasgar a pele após transpassar o macacão térmico como se fosse papel de seda, Luan seguiu em velocidade máxima pra escapar quanto antes da visão, quando deu por si, acabara de entrar na Curva da Onça.
A hesitação de surpresa encheu os olhos aterradores da mais pura e visceral maldade, tamanho foi o prazer proporcionado que faíscas foram expelidas enquanto quatro presas salivantes surgiram em sua frente.
Dominado por um medo abismal e inoculante, foi esmagado pela mordida mais poderosa dentre os felinos. Quando os caninos lhe perfuraram o crânio a força da mandíbula empurrou as presas até atingirem seu cérebro, no mesmo instante, Luan se deu conta que a tempos o felino o rondava [1 Pedro 5.8]; camuflado pela ansiedade se aproximou em silêncio e sem ser notado, se preparou pra dar o bote no momento em que o garoto se encontrou mais vulnerável, devorando-o por inteiro.
As profundas percepções fizeram Luan despertar com o coração prestes a rasgar o peito, além do corpo, embebe de suor. Ele se pegou lutando pra absorver o pouco de ar disponível, enquanto tentava manter a calma.
— Ficar assustado faz parte, tudo que a gente percebe não poder controlar causa medo. – A voz de Socorro aconselhou, dizendo o necessário pra respiração abrandar, embora parecesse sugerir algo que ele é quem devia saber.
Olhando pra fora, Luan contemplou o horizonte, com o dia a despontar detrás das árvores numa faixa esverdeada – resultado da interação entre o azul-celeste e o amarelo solar surgindo radiante. Ao olhar pra porta a enfermeira não estava mais lá, ela havia saído sem nem ser percebida.
Atraído novamente pra janela, os olhos contemplaram o sol raiando que lhe foi dissipando a escuridão e o medo em seu coração conforme avançava no céu [Malaquias 4.2]. Quando a mente foi renovada de luz, ele recobrou a motivação de tanta pressa – algo ligado aos pesadelos vívidos que tanto atormentavam.
— Eu queria morrer! – Ele se pegou dizendo, ainda assim sem conseguir acreditar na clareza da percepção proferida pela boca.
Por esse motivo a mente vinha reproduzindo o acidente de forma violenta e assustadora, pra mostrar o tamanho da dor e do sofrimento que esteve prestes a infligir a si e a quem o amava – isso sem lhe dizer diretamente, até ele estar pronto pra compreender o que acontecera de fato.
Ao se dar conta disso, a ideia lhe pareceu um maior desvairo, mas quando saiu de casa estava farto de tudo, e saber que não teria mais o refúgio onde se esconder, o fez aumentar a velocidade enquanto ia mais e mais fundo num mar de sentimentos desoladores, cujas ondas o levaram a disposição de dar um fim em tudo aquilo. Quem sabe assim, reencontraria a mãe e a segurança de seus braços?
Antes de se precipitar pelo despenhadeiro, logo após a Curva da Onça, foi atropelado e, além de perder a moto, se foi a lembrança do motivo por seguir em alta velocidade num dos trechos mais perigosos e com altos índices de acidente do Sistema Anchieta-Imigrantes.
Ainda incrédulo do que pretendia – até o acidente o impedir de cometer tal ato hediondo contra si mesmo – pegou as muletas e se arrastou até o espelho. Depositando-as do lado, ficou um longo tempo observando a si mesmo, vendo o quão privilegiado era; ele não possuía problema físico algum, era bonito, tinha um lar e família pros quais voltar, além de recursos financeiros, a admiração e o reconhecimento por um trabalho que tanto prazer lhe dava.
Tamanha percepção lhe roubou as palavras, o deixando sem ter o que dizer – algo irônico já que ele vivia da escrita – se quer coragem pra isso teve, o reflexo a encará-lo mostrava o tamanho da barbaridade que queria cometer ao destruir aquela casa – onde tanto tempo e investimento foram necessários pra chegar a tal estatura – enterrando sonhos e realizações antes mesmo de poderem florescer.
#proximoepisodio
A descoberta de Luan tem um efeito surpreendente nele, após ficar tanto tempo no mesmo lugar tudo o que mais desejava era voltar pra casa. Finalmente chega o momento de partir, mas se emocionado na hora da despedida e acaba se atrapalhando – será mesmo?
Conheça a história com acontecimentos inéditos e um episódio extra!
Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.