O coração acelerado espalha calor que queima as bochechas, deixando o corpo mole feito gelatina. A partir do momento que recebemos o olhar do ser amado, todas as sensações se misturam em confusão e pura poesia.
Aguçando nossos sentidos, o ser amado nos conquista a atenção com qualidades que saltam tomando forma e preenchendo lacunas que se tornam versos. Mesmo estando distante o coração acelera e o corpo aquece liberando agradáveis sensações.
Desde pequeno a gente aprende o que fazer pra conseguir o que quer e pra isso, às vezes, são necessárias técnicas de persuasão bem criativas, assim, enquanto crescemos, continuamos em busca do que nos parece melhor, afinal, temos livre-arbítrio.
Mas e se tudo não passar de ilusão? E se negar nossos desejos e vontades for exatamente a resposta pra viver algo maior que nós mesmos, maior até que a própria vida?
Sendo isso verdade, dá pra entender qual o significado de encontrar a vida na morte.
A chuva derrama sentimentos, sensações e reflexão, que fluem em correntes arrastadas pra fora de nós. Essa água que cai, provoca agitação, afinal, chuva é verdade que precisa ser externada.
Ao permitir o corpo descansar e se renovar, o sono embeleza. Também traz alívio, ao suprimir pensamentos ruins, calando as vozes que não silenciam mesmo pensando positivo.
Na janela pode haver mais beleza que o tempo pode desenhar com seu calor. Num espaço onde liberdade e segurança se encontram, onde a luz mostra profundidade e verdade maior que em qualquer outro lugar a surgir diante de nossos olhos.
A obscuridade que ronda, levando a tristeza e a solidão – até fazendo desejar a morte – pode ser o desejo de ir além da aparência, quebrar padrões e formas, e conhecer a profundidade que dá sentido a vida.
Com tantas opções, pode ser que a escolhida, ao invés de trazer luz, esteja nos deixando mais perdidos, levando a confusão dos sentidos. Pior: e se a iluminação encontrada não passar de trevas?
Devido a uma decisão ruim, as trevas dominaram, mas em meio a confusão que restou, quando a esperança se perdera nas trevas, a luz materializou, descendo do céu, e salvou o dia, as vidas e toda essa dimensão.
Pra trás ficou qualquer controle. Seguindo em desdobramentos incontáveis o deslocamento prosseguiu sem atentar pra tempo ou barreiras – físicas e subjetivas. Nada podia deter a pretensão de seguir em direção a um destino desconhecido.
Do que é feito o ser humano? Em que constitui sua essência e como fazer pra ter um pouco mais de compreensão desse complexo ser ou mesmo conseguir defini-lo?
Será que raça, cor, gênero, língua, crenças, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento – qualquer outra condição ou classificação que seja – podem realmente nos distinguir ou dizer um pouco mais sobre quem somos nós?
Um coração de criança vê a verdade que apenas quem não tem olhos errados consegue enxergar. Sendo todo amor, não há espaço pra mais nada, nem mesmo pra sentimentos ruins permanecer dentro de si.