Dor – Alívio,
Tranquilidade – Agitação,
Frieza – Calor,
Alegria – Tristeza,
Repúdio – Atração,
Cuidado – Desafeto,
Tormenta – Paz,
Amor – Ódio,
Bagunça – Harmonia,
Desespero – Descanso,
Egoísmo – Compaixão,
Compreensão – Ignorância,
Saudade – Surpresa,
Aceitação – Depressão,
Pressa – Reflexão,
Lealdade – Infidelidade,
Mágoa – Perdão,
Facilidade – Desafio,
Preguiça – Vontade,
Realidade – Ilusão,
Lembrança – Esquecimento,
Imoralidade – Decência,
Persistência – Abandono,
Inutilidade – Capacidade,
Sensibilidade – Aspereza,
Desilusão – Esperança,
Força – Fraqueza,
Descrença – Fé,
Nascimento – Morte,
Solidão – Família,
Confiança – Medo,
Amizade – Falsidade,
Problemas – Respostas,
Inocência – Culpa,
Pecado – Pureza,
Tolice – Sabedoria,
Trevas – Visão,
Juventude – Velhice,
Abstinência – Entrega,
Vitória – Fracasso,
Engano – Verdade,
Beleza – Deformidade,
Deficiência – Desafio,
Disciplina – Impaciência,
Perfeição – Simplicidade,
Mania – Liberdade,
Carência – Afago,
Consciência – Insensibilidade,
Aconchego – Distância,
Razão – Loucura,
Bondade – Crueldade,
Calmaria – Tensão,
Tesão – Carinho,
Humildade – Arrogância,
Claridade – Escuridão,
Fome – Fartura,
Mistério – Iluminação,
Suor – Refrescância,
Silêncio – Gritaria,
Inércia – Vida.
Sentimento e disposição,
Em vontades o contraste,
Divergindo entre motivos,
Causas ou circunstâncias,
Pra revelar de si, toda uma
Forma que manifesta o ser
Onde tudo o que se resta
É constância em variação.
Tempestade de estímulos
Que juntos se fundem em
Ser singular, mas completo
Na complexidade do viver.
Poeira de corpos estelares
Corporifica em composição
Com versos únicos o existir;
Universo se faz diversidade,
Ao se mover pelas intenções
De ritmo riscado no tempo,
Que em saudade embalou,
Sofrer de dor feita passado.
Em emoção, o ser põe amor
Nas ações e atos realizados,
Às vezes, habita o presente
Como se nem estivesse ali,
Se fazendo entrega, se doa
Numa fração do momento,
E sonha com um futuro que
Se projeta com incertezas,
Mas com a crença que a fé
Pode empecilhos remover.
Com fragilidade despontar
Em cada decisão tomada
Engole as consequências,
Mas cria possibilidades mil
Cada vez que o dia acorda,
Pra vivenciar a imensidão.
#papolivre
Nem sempre o que é ruim é completamente mal ou antônimo do que se considera bom – e não me refiro ao relativismo, mas ao nosso conhecimento limitado que nos leva a falar de fragmentos [1 Coríntios 13.9]. Isso depende do contexto, que inclui momento e intenção, assim, o desejo que aprisiona e leva aos excessos, também pode ser sinônimo de inspiração, força, harmonia e paixão. A gente costuma classificar tudo em dois polos, nos grupos “ou isto, ou aquilo”, apesar da polarização feita por Cecília Meireles, sua intenção com o poema era lançar a mente no mundo das ideias, fazendo a imaginação alçar voo.
Enquanto isso, no mundo real, a gente acaba separando o trigo do que se imagina joio pra demonizá-lo depois, quando nosso problema não é com as pessoas, mas com as influências do mal [Efésios 6.12]. Afinal, assim como o ser humano, emoções, sentimento e ações, nem sempre contém claridade suficiente, possuem as mesmas proporções, ou trazem motivação semelhante, por isso não dá pra pesar ou medir da mesma forma. Aliás, forma de quê? Se o padrão não passa de uma imposição absurda – conforme destaca o artigo “A estranheza nossa de cada dia“.
Devido às implicações envolvendo a condenação, a gente não deve julgar [Mateus 7.1-2], o melhor é deixar o joio crescer com o trigo [Mateus 13.24-30], porque aquele que conhece a intenção [Jeremias 17.10] é quem deve classificar cada um. Nosso julgamento é sempre falho e carregado de crenças, e vieses, que podem distorcer a visão [Mateus 7.3-5], além de projetar nossas falhas no outro – como recorda o artigo “O espelho nos outros“.
A realidade não é tão preto no branco como nos fizeram acreditar – algo destacado no artigo “Larga mão do sofrimento e aprende de vez” – se quer nossos sentimentos possuem claridade necessária pra dizer “qual a causa, motivo, razão ou circunstância” de determinadas ações. Até o sorriso pode ter outros matizes, refletindo dor [Provérbios 14.13] ou diferentes sentimentos, a depender de seu tom, bem como lágrimas podem escorrer por tristeza ou alegria – algo que o artigo “Verdades contidas em sentimentos” busca esclarecer – e gemidos podem significar dor ou prazer.
Se as palavras divergem em significado, dependendo de seu uso, quanto mais o ser humano habitado por um universo particular – nem mesmo gêmeos idênticos são tão idênticos assim. Isso dificulta conhecer a nós e ao outro, afinal, como revela “O Segredo das Eras – Despertar“, das pessoas, conhecemos apenas a sombra, porque é isso que se projeta pra fora do que somos. Porém, mesmo divergindo, a gente se encontra, afinal, “as diferenças nos assemelham”, como versou Fabrício Carpinejar. Apesar de intenções não serem tão claras, nossa humanidade é o que nos leva a viver os desejos mais profundos e a cometer os erros mais insanos – algo mostrado em tons de dor e prazer em “Interrompido – A curva no vale da sombra da morte“.
Criados pra ser a forma da luz, nossa matéria se compõe de pó de estrelas – algo que o artigo “Apagando reflexos com a sua luz” explica melhor – assim podemos brilhar mesmo na densidade da escuridão – como mostra o conto “Retravo – Quando o escuro deu à luz“. Só que essa matéria também possui complexidade, de um existir decaído que nos obriga a buscar mudança, uma tarefa complicada de fazer – assim como destaca o poema “O enigma que o espelho revelou” – mas essa transformação passa a surgir a partir do ato de reflexão – conforme ensina o poema “O desconhecido surgiu pra mim” – que busca viver com intencionalidade, ao invés de deixar a vida nos levar – vida leva eu – num fluxo que não faz desfrutar a plenitude da existência.
Apesar de alguns momentos e experiências serem ruins, eles possibilitam experimentar mais do universo que somos, por nos forçar a um encontro com o caminho mau [Salmos 139.24], oculto nas sombras do subconsciente. No fim, como diria Fernando Pessoa: tudo vale a pena – já que até o dia mal nos faz bem [Romanos 8.28], e as tragédias trazem oportunidades, como destaca o artigo “Forças disfarçadas de tragédias“. Mesmo machucando, as dificuldades se tornam leves e uma fração perto do prazer que nos está destinado viver [2 Coríntios 4.17], e só percebe isso quem permite a alma reduzir [João 3.30] a ponto de negar vontades [Mateus 16.24, Marcos 8.34, Lucas 9.23] pra alcançar possibilidades que fazem nossa essência exalar poesia – algo destacado pelo artigo “Cada luta é um novo poema“.
Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.