Ao vagar pela escuridão, pode até ser que a gente não sinta mais o frio na pele, ou o arrepio que aumenta o torpor, deixando de perceber que a sombra da morte é carregada por nós.
O sonho brinca com a realidade, ao misturar todo nosso potencial criativo com as belezas naturais que enchem os olhos de graça e o peito de calor. Mas existe um paraíso que até nossos sonhos só podem arranhar a perfeição.
Um ser constituído de barro, cuja matéria é moldada por cada escolha, que transforma a psique e também o físico, pode se deformar total quando caminha pelo Vale da Sombra da Morte.
Rever a crush basta pra acender o mesmo sentimento e vontade de quando sua existência se fez presente. É ser assaltado por uma tempestade de sensações que agita prazer e insegurança de uma só vez.
No caminhar chamado vida, podemos alcançar o amor. Apesar de sermos completos, sua chegada estende o entendimento de quem somos, revelando a melhor parte de nós, nos braços do outro.
Existe limite pro que nos faz feliz? Aliás, será que tudo que traz felicidade é realmente bom? E se a gente estiver errado e a busca do prazer só servir pra nos perder em possibilidades sem fim?
Mesmo com decisões inconsequentes, que despertam reações diversas, o amor real traz intensidade que nos faz experimentar algo além do natural, ao envolver com sua profundidade.
Tanta coisa acontece longe dos olhos alheios, no silêncio do pensar, nas práticas desinteressadas; no tempo de ócio, quando a gente se encontra apenas conosco e as sombras.
Mirar o espelho pode revelar algo que em nada lembra quem fomos, ou que jamais desejamos ser. É que enquanto corre o tempo, a gente se distancia do que foi até nos desconhecermos total.
Com a chegada do amor, os estímulos se fortalecem a ponto de um aceno nos desmontar. Mas, e quando o ser amado parte, fazendo restar solidão? Como fica o que sobrou?
Um encontro de olhares, ainda que curto, pode durar o suficiente pra espalhar cor a nosso mundo interno e despertar desejos, deixando saudade quando a distância se faz presente.
Cada sentença a inundar a realidade de poesia, com abundância de beleza e criatividade, também pode criar elos, formando corrente que aprisiona e suga, quando intenções e foco distorcem.