Poesificando: Liberdade!? – A ilusão em que acreditei
Banter Snaps/ Unsplash

A ilusão que acreditei ser liberdade

Que liberdade é essa que chega trazendo deleite,
Naquilo que me consome e aos poucos destrói?

Que liberdade é essa que me torna mesquinho,
Prendendo-me apenas em meu próprio querer,
Enquanto ignoro necessidades alheias a mim?

Que liberdade é esse que me vicia na solidão,
Enchendo a alma até ela pender de tristeza?

Que liberdade é essa que me arranca valores,
Oferecendo o belo que na essência apodreceu?

Que liberdade é essa que tudo torna fácil e acessível,
Reduzindo distância, mas desfazendo contato pessoal?

Liberdade que afasta as pessoas
Wil Stewart/Unsplash

Que liberdade é essa que felicidade é ponto de vista,
Mas propaga a aparência como o ápice pra se viver?

Que liberdade é essa que de obrigações traz-me isenção,
Deixando restar tempo vago pra maquinar divagações?

Que liberdade é essa que desfaz leis e preceitos,
Desobstruindo barreiras e as antigas limitações,
Enquanto a mente, confusa, vagueia sem direção?

Que liberdade é essa que ensina uma verdade relativa
Deixando-me sem parâmetros e sem chegar a exatidão?

Que liberdade é essa que me condiciona a dependência
De algo que possui apenas a sensação de curto momento
Mas que enrubesce a face, causa isolamento e repúdio?

Que liberdade é essa que desperta o interesse e o desejo
Por algo ao qual não tenho ou que nem a mim pertence,
Assim desfaço-me em desejo ou sacrifico tudo pra obtê-lo.

Que liberdade é essa que impede acreditar no que não se vê
Causando coceira por não ouvir meias verdades e sofismas,
De falácias os ouvidos transbordam e a mente cauterizou.

Que liberdade é essa que me deixa ser feliz como eu quero,
Mas tudo que entrega só vem a custo de dor e humilhação?

Impede de acreditar no invisível
Mitchell Hollander/ Unsplash

Que liberdade é essa que liberta de todo jugo e acusação
Mas só me deixa ainda mais perdido entre tantas opções.

Que liberdade é essa que me faz ignorar todas as vozes
“O inferno são os outros”, pois o problema não sou eu,
Assim permaneço nos mesmos erros, sem jamais mudar?

Que liberdade é essa que me faz negociar valores,
Assim vendo crenças, modos, respeito e até a honra
Em troca de poder alcançar todos os sonhos meus.

Que liberdade é essa que inocência e beleza traz perversão
Usando a atenção, só pra chamar, atraindo a si os olhares,
Mas esvaziando totalmente a essência de seu recipiente,
Enquanto está caiado, de dentro do sepulcro sobe o odor?

Que liberdade é essa que me permite fazer o que quero,
Ela chega abolindo verdades e mentiras, o bem e o mal,
Até o limite entre o sacro e o profano diante dela desfaz?
Mas se corrompida é a matéria, vai buscar o que destrói,
Assim apenas aprisiona, deixando-me cego e sem vida?

Que liberdade é essa que me faz transbordar a taça,
Enquanto o tempo se estingue absurdamente veloz,
Até o freio dos cavalos o resultado do prazer chegou?


#papolivre

A liberdade que se propaga por aí é totalmente ilusória, ela traz consigo uma esperança que não é real [Romanos 8.24], mas suas facilidades que – trazem o prazer de desfrutar dos desejos longe do jugo de imposições – só servem pra embaraçar e levar a destituição [Mateus 7.13-14]. Não é porque nada nós e proibido que valha a pena aproveitar, nem deixar com que desperte nossos desejos [1 Coríntios 6.12]!

Algo parecer bom – ou que faça bem – não significa que será benéfico [Provérbios 14.12], também não se dá pra acreditar, nem confiar em tudo que se vê ou ouve, existem tantas intenções ruins por trás do que é divulgado – resultando na redução do amor [Mateus 24.12], que simboliza cuidado, apreço, respeito e entrega [1 Coríntios 13.4-8].

Se quer, dá pra confiar em nós mesmos, nossa mente é totalmente confusa e só serve pra enganar [Jeremias 17.9], por isso devemos refletir com atenção sobre os estímulos que temos recebido, assim, mesmo quando a mente nos condene, D-s vai saber a verdade que nela há [1 João 3.20].

Ósculos e amplexos,

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