Ó céus, ó vida, ó sofrimento…
Será que meu viver será um tormento constante?
Palavras vazias sinto fluir, me levando onde nem sei.
Perdido me encontro em meio a tantas letras,
Que se confundem com o que já nem sei sentir,
Mas elas me carregam e continuam a levar.
Pode ser que do outro lado já não haja tanto pesar.
Inda em devaneio vejo-me perder mais,
Posso até estar confuso, mas já nem sei quem sou.
Me enlaço e me entrelaço em palavras
Que ao invés de vida trazem o que desejo afastar,
Enquanto um arrepio pulsa por todo corpo.
Ainda escrevendo, insisto em sofrer,
Sentindo o que tantos outros buscam fugir,
A dor que envolve o simples coração

De alguém que a paixão acaba por se entregar.
Pergunto-me ainda se isso vai findar algum dia
E aqui sinto apenas desejo de parar jamais.
Continuo envolto em palavras, que me tomam,
Dominam a mente, saindo como bem desejam.
Já não tenho mais vontade, menos ainda querer,
Mas nessas linhas me ponho a perder inda mais
A vontade já não é minha, apenas me deixo levar,
Quem sabe do outro lado, não possa te encontrar ali?
#papolivre
Escrever é a melhor forma de desapropriar um sentimento que às vezes nos toma sem pedir licença e, sem a menor educação, chega dominando pensamentos e emoções, mas ao passo que aquilo deixa de nos pertencer, pode também trazer uma percepção contrária ao que se desejava, saindo com tons ácidos ou maior toques de pessimismo.
Assim as palavras se vão, discorrendo sobre coisas maiores até mesmo do que se intencionou, falando sobre sentimentos dicotômicos que transitam entre dor e prazer, liberdade e paixão.
Ósculos e amplexos,


Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.
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