Um encontro de olhares, ainda que curto, pode durar o suficiente pra espalhar cor a nosso mundo interno e despertar desejos, deixando saudade quando a distância se faz presente.
Cada olhar contém em si uma história a ser contada. Ainda que os lábios não digam o que se move em nós, os olhos sempre revelam o que está oculto; mesmo a gente não querendo dizer nem pra nós mesmos.
Enquanto o peito batuca, roubando a habilidade da fala, basta um olhar ou o sorriso da pessoa em nossa direção pra felicidade aumentar e a mente correr solta, imaginando a possibilidade de felicidade maior ao criarmos juntos uma nova história.
Olhando agora pra janela o que você consegue ver ali? Apenas paisagens, pessoas, animais e coisas, talvez até outras janelas – que podem também estar de olho em você.
Você já parou pra ouvir o que sua janela tem a dizer ou assistir tanto do que ela tem pra mostrar? Se ainda não fez isso, então o desafio está lançado, mas deixa pra depois que terminar de ler esse poema – acredito que ela vai ter muito o que lhe dizer.
Conforme o desejo pelo crush cresce, os olhos deixam de ser confiáveis, nos fazendo vê-lo em diferentes lugares, até em outras pessoas. E cada olhar rápido esconde a pessoa nos observando a distância.
Assim como é possível tocar as estrelas mergulhando no mar, dá pra alcançar o conforto do Sol e aquecer a alma, ainda que haja escuridão ou mesmo sem subir ao céu.
Por que é que a gente sofre tantas coias ruins? Qual a causa de tanto mal pra humanidade e por que D-s não faz nada, enquanto tudo parece caminhar a passos largos pra destruição, sem direito algum a retorno ou qualquer chance de final feliz?
A gente costuma procurar no outro – ou mesmo em D-s – o motivo das coisas não estarem bem, mas quanto será – das decisões que tomamos ou daquilo que a gente resolve não agir – está sendo responsável pelo que a gente tem passado?
Um coração de criança vê a verdade que apenas quem não tem olhos errados consegue enxergar. Sendo todo amor, não há espaço pra mais nada, nem mesmo pra sentimentos ruins permanecer dentro de si.
Ainda que alguém tentasse descrever o amor, apenas arranharia sua superfície, enquanto ia deixar de experimentar a essência que transforma a vida de quem ignora regras e a busca por significados, se deixando por ele tocar.
Ao vagar pela escuridão, pode até ser que a gente não sinta mais o frio na pele, ou o arrepio que aumenta o torpor, deixando de perceber que a sombra da morte é carregada por nós.
Mesmo aterrador a ponto de imobilizar, dificultando a possibilidade de fuga e a tomada de decisões racionais ao surgir de forma inconsciente – onde só nos damos conta quando chegou – é possível escolher como reagir pra conter os seus efeitos.
Existe limite pro que nos faz feliz? Aliás, será que tudo que traz felicidade é realmente bom? E se a gente estiver errado e a busca do prazer só servir pra nos perder em possibilidades sem fim?