Amor não se atrela ao amontoado de descrições,
De significado cuja extensão não é possível medir,
Em si carrega importância que arrasta pra imersão,
Da completude só é possível arranhar a superfície.
Com alcance que ultrapassa a todo entendimento,
Prossegue até tocar a distância do coração isolado.
Sem se importar em diferenciar ou em categorizar,
Ignora aparência, posses e medidas, leis e crenças;
Mandamento inserido sem esperar retorno algum.
Mesmo compassivo, nem sempre é compreendido,
Por vezes mal julgado, ainda há quem lhe difame;
Todavia, toma mente e coração sem pedir licença,
Fazendo despertar pros encantamentos e milagres
Que se alcança além da visão, do toque e sensação,
Ao despir a vida de ego e a carregando de sentido.
De tudo dito sobre o amor, em músicas e canções,
Poetizado em verso e proza, de sua profundidade,
Onde o mergulho ultrapassa escalas e dimensões:
Amor é oceano, que nos afoga e faz transbordar,
Mesmo impalpável, apenas sopro, se faz solidez.
Ao contrário do retratado, não é mania, obsessão,
Tão pouco perseguição. É mais que bem-querer,
É se doar e se prender, mesmo sem existir motivo,
Pra cada compasso seu ecoar segurança e entrega.
#papolivre
Apesar de todos existimos em amor [Atos 17.28] tentar descrevê-lo é uma tarefa complexa. Esse poema nasceu com quatro estrofes na intenção de reforçar que a simplicidade é mais eficaz quando se está diante de uma tarefa desse calibre, onde por mais que se gastasse argumentos e teorias pra escavar o sentimento, o tempo se mostraria insuficiente; além da insistência levar ao esgotamento de verbos, sinônimos e adjetivos, com o esforço apenas arranhando a sua superfície.
Quando o poema foi reescrito, em 2022, acabou ganhando uma quinta estrofe, até a edição de 2024 lhe adicionar mais três – retiradas do vídeo onde faço uma pequena descrição do amor, baseada nesse poema – onde ele ganhou mais clareza, mantendo a simplicidade. A necessidade de chegar as 8 partes é que além desse número representar novos começos, ressurreição e vida após a morte, ele excede a perfeição, representada pelo 7; simbolizando o amor que é sempre abundante e expansivo [Lamentações 3.22-23], ao ultrapassar tempo e espaço, se derramando através da eternidade [João 3.16]. Ele também antecede o 9, que representa a gestação, e o 10, o fechamento de um ciclo ou sua conclusão; além do 8 representar a eternidade, já que o símbolo usado pro infindável não passa do número deitado.
A melhor maneira de compreender o amor é deixar que suas cordas nos enlacem e o experenciarmos, só assim podemos viver suas transformações – como retrata o artigo “Envolvidos pelas profundezas do amor“. Ao vivê-lo, desfrutamos de sensações despertadas a cada gentileza, a se manifestar nos gestos de carinho, e nos atos de misericórdia que extravasam a medida até torná-lo incondicional. Quando o amor não vê limites é que muda o tempo e histórias são alteradas [Romanos 3.22-25]. Então se joga no sentimento, porque sem amor nada possui profundidade ou valor [1 Coríntios 13.1-3] – conforme ilustra o poema “A supremacia do amor [1 Coríntios 13]“.
Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.