Mesmo possuindo comunicação
Que ultrapassa barreiras espirituais,
Sem amor, palavras são só barulho.
Ainda que dê pra prever o futuro,
Saber da eternidade os mistérios;
Conseguir mover as montanhas,
Sem amor seria como nem existir.
Doar as posses aos necessitados
Ou se entregar como mártir,
Sem amor, seria perda de tempo.
O amor não se precipita
Ele expressa bondade.
Não é ciumento, presunçoso,
Nem orgulhoso ou grosseiro.
Não deseja as coisas de seu jeito.
Nem se irrita com facilidade
Ou mesmo guarda rancor.
A injustiça lhe entristece,
O que lhe alegra é a verdade.
Sem se entregar, mantém a fé
Não perde as esperanças
Permanecendo firme até o fim.
Quando findarem revelações,

Idiomas e conhecimentos,
O amor irá permanecer.
O conhecimento agora existente
É apenas parte, incompletude,
Até previsões revelam frações.
Quando a perfeição vier,
O corrompido e o incompleto
Serão subtraídos, desaparecendo.
A infância nos leva a falar,
Perceber e pensar algo que
É alterado pela maturidade.
O visto é sombra, imperfeição,
Através do espelho, obscuridade,
Mas conheceremos a plenitude,
Assim como somos conhecidos.
Apenas três coisas permanecerão:
A fé, a esperança e o amor,
O maior de todos os dons.
#papolivre
Volta e meia me pego pensando e escrevendo sobre o amor, seja em alguma história, poesia, crônica ou mesmo no artigo mais aprofundado: “Envolvidos pelas profundezas do Amor“. É inevitável não falar sobre o sentimento, mesmo tendo quem não acredite em sua existência – como Jennie, da minissérie “Fragrante“. A maior referência sobre o tema existente na literatura, onde é possível ver a dimensão – não apenas sua percepção – é o capítulo treze da primeira carta de Paulo a comunidade em Corinto.
Dado a sua importância resolvi reescrevê-lo pra facilitar seu uso na escrita e acabou que lhe dei novo significado e poesia, assim nasceu esse poema – que nada mais é que a sua versão inversível. O fascínio exercido pela profundidade e os mistérios do capítulo vem influenciando artistas ao longo das décadas, indo desde os romances de Philip K. Dick, fazendo aparição em filmes, além de harmonizar com a música erudita e o pop do Legião Urbana, Rolling Stones e Lauryn Hill. Onde sua obscuridade flertou até com um jogo da Arkane Studios.
Ósculos e amplexos,



Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.