Caminho a esmo, da vida o cansar
Cinzento dia, de color verdes tons,
Da imponência arbórea estonteantes sombras.
Questiono-me se vida,
Ao triste alvorecer, acrescenta
Ou harmoniza a estrutura seu sombrear.
O sol não surge, perdido no jazigo está.
Se pelas asas da alvorada
Ao céu dos céus subir, poderia alçá-lo?

Se o tocasse o demoveria de sua decisão?
Que força exerço sob o que me atrai?
Antes o vejo mudar tempos e estações.
Continuo a andar, cortina de gélido vento
Sente a pela ser tocada a cada passo.
Estaria dia melhor além do imenso mar?
Se por fontes da terra passar,
Atravessando caudalosos rios e afluentes,
Encontraria a prima antes da Vera?
Meus passos no tempo deixam marcas,
Instantes de vida, pedaços em cada partida.
Pétala desfaz a cada novo amanhecer.
Descortinando o vento frio
Atravessa-me seu frígido gelar.
Pele branca, sede do áureo cintilar.
Embora, frio e sombrio o dia se faz,
Aqui dentro brilha um sol,
Luz da aurora de intenso fulgor.

Aquece dando forças aos passos meus,
Um após outro, dia a dia,
Na constante estrada, no caminhar.
Luz que brilha mais e mais
Pelo alvorecer interno
Até que o dia se torne perfeito.
Descubro já não importar o cinza externo,
Sol que há em mim brilha dando cor e sabor
A cada inebriante tom cinza.
Vento não mais gela,
Ameniza ao tocar pele aquecida
Retendo calor, coração que pulsa.
Sol se ergue, resplandece do poente à expoente,
Do oriente até seu ocidente
Se desfazendo ao domínio dia.
#papolivre
Às vezes a gente gasta tanto tempo buscando resoluções ou respostas distantes de nós, mas a se fosse possível alcançá-las, será que íamos conseguir retê-las por tempo suficiente pra preencher todas nossas indagações e vazias incógnitas?
Independente de como estejam as coisas lá fora, mais importante é a bonança que flui dentro de nós, a luz que persiste mesmo na hora mais escura da noite, o calor que continua a aquecer nos dias frios de inverno. Saber que não precisamos de algo externo pra que as coisas fiquem bem é a melhor forma de vencer qualquer adversidade, mesmo quando tudo parece estar ruindo.
Você pode até não tocar o sol, mas também não precisa de nada além do que a luz que já brilha em você, então apenas se coloque de pé pra que todos a possam ver [Isaías 60.1]!
Ósculos e amplexos,



Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.