A escuridão não sabe jogar. Tudo o que ela faz é profundo, caótico e mais sério do que nossa frágil consciência consegue absorver antes de colapsar, mediante os horrores que podem se revelar ao cair das sombras mais escuras.
Por mais que a cultura exalte a independência e o desapego do hedonismo que não possui nenhuma responsabilidade emocional com o outro, o "eu" é um fenômeno muito mais social que sua aparência interior faz parecer.
Um mal-estar já é desagradável, mas se isso acontece em meio a escuridão pode significar algo ainda pior que a zonzeira e a ânsia de vômito. O melhor é manter os olhos bem fechados e ignorar tudo o que você sentir ou ver.
Um coração de criança vê a verdade que apenas quem não tem olhos errados consegue enxergar. Sendo todo amor, não há espaço pra mais nada, nem mesmo pra sentimentos ruins permanecer dentro de si.
O medo nos chama a atenção pro que realmente importa na vida servindo de iniciador de uma série de acontecimentos que leva a mudança, criatividade e inovação porque ele nos provoca estimulando a agir com urgência.
Era só mais uma madrugada mal dormida que ele gastava no celular. Ele só não prestou atenção na data e o mal que poderia trazer pra si, ficar acordado ao invés de manter os olhos bem fechados, e afundar na escuridão.
O problema em aderir à cultura do desapego que faz parecer legal não se abrir com ninguém – enquanto a gente passa o rodo – é que a praticidade e a duração dos instantes de prazer não são suficientes pra convencer a gente de querer ficar.
Com movimentos graciosos, a borboleta nem parece se tratar de um inseto, mas de um ser mítico, como uma fada. E se ela representa o bem, a mariposa acaba simbolizando o mal e toda sensação ruim e de mau agouro despertada pela escuridão.
Sobrecarregados acabamos mais ouvindo que escutando, porque mesmo off-line a gente não desconecta; apenas deixamos as palavras passarem por nós e o que pode ser importante acaba entrando por um ouvido e saindo pelo outro sem notarmos.
Sem asas, o que lhe restava era contemplar a imensidão celeste, onde a ave mais majestosa carregava o alvorecer, tornando belo o horizonte e cheio de cor de um dia perfeito. Até o céu se revoltar e o vento vir com violência sobre ele.
A preexistência da essência que soprou a vida em nós também pode ser encontrada na matéria a qual somos formados. Não apenas somos um universo particular em nossas complexidades: temos o universo dentro em nós.
Da antiguidade o céu marca estações, serve de mapa ou revela o estado do tempo. Mesmo a ciência identificando sua composição e que ele não consiste num círculo batido sobre a superfície terrestre, sua poesia continua a fascinar e nos levar a contemplação.