Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the jetpack-social domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u740706829/domains/inversivel.com/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the broken-link-checker domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u740706829/domains/inversivel.com/public_html/wp-includes/functions.php on line 6114
Poesificando Na distância, habita tempo que se foi - .inversivel
Poesificando: Distante, o tempo passado não volta mais
Chris Liu-Beers/ Unsplash

Na distância, habita tempo que se foi

Tempo, escorrendo pelas mãos,
Entre os dedos segue a escapar,
Sem que nada lhe possa suster.

Partindo ausenta, quando vejo
Em distância já se fez conhecer,
Obrigando o outono enfrentar.

Queria é habitar em primavera,
Envolvido pela brisa e ventania,
Mas temo o abraço do inverno.

A força do tempo move o mundo,
Todo universo e as constelações,
Conduzindo a luz ao seu destino.

Raiando, entre a escuridão, segue
Através da janela, ilumina morada,
A despertar lembranças distantes.

A força que move as ondas no mar,
Faz girar o mundo a buscar por ti,
Mesmo assim, sem jamais te tocar.

Tempo que estabelece as divisões,
Momentos e metades de inteiros,
A colocar vestígios no firmamento.

Da noite ao dia tua aurora socorre.
No ressoar de tua voz há estações,
Ondas a irradiar do astro dourado.

Tempo saudoso
Gabriel Meinert/ Unsplash

Instante que antes ninava canções,
Embalava em suas notas quimeras,
Pela árvore vida derramou jardim.

És tu o responsável pelas erosões,
Também o culpo pelo cinza nos pés
A correr na imensidão descampada.

Infância de uma saudade bendita,
Que se fez perdida, já sem voltar.
Por maior que seja o meu querer

Sei não poderás mais regressar,
Também parado não te deterás,
O que resta é vivenciar instantes.

Tempo, estende raízes em versos,
Me alegra saber: teu outono virá,
Secando a erva, as flores cairão.

A eternidade só dura um instante,
Tempo suficiente pra fazer sorriso
Se tornar inesquecível lembrança.


#papolivre

Ah, o tempo! Éter que em mistério se contabiliza em gotas de segundos, horas, dias, enfim, num cálculo que apesar de registrar sua passagem não pode ser detido ou dominado. Sem ter quem o possa controlar, segue apressado pro que já se determinou desde o princípio [Isaías 46.10]. Os gregos reconheciam sua força através da mitologia, onde a divindade que o representava, Cronos, tinha poder sobre tudo, mas não podia ser derrotada – o fato de devorar os próprios filhos, simbolizava sua força em reger destinos até tudo devorar.

Mas sua fome insaciável em consumir a matéria não nasceu consigo, surgiu como causa de desobediência [Gênesis 2.16-17, 3.17-19], cujo erro fez cair a dimensão temporal numa direção que leva ao fim da matéria até retornar de onde foi tirada [Eclesiastes 12.7], já que esse é o destino de quem chega a essa dimensão [Eclesiastes 3.20]. Ainda assim, a humanidade vivia como se não fosse ter um fim, numa existência onde era comum passar dos 900 anos [Gênesis 5.5,8,14,20,27] – algo documentado pelos povos orientais, que recorda de uma era de ouro, onde a partida desse plano se dava em paz, sem sofrer os danos do envelhecimento.

A expectativa de vida era como das árvores – que vivem muito, como lembra a crônica “Árvores que possuem corpos” – só que os excessos, e a entrega aos prazeres, carregaram esse alargamento de anos com depravação a ponto do sentido de uma longa existência se perder, provocando sua redução [Gênesis 6.1-3]. Embora a aplicação dessa sentença tenha se cumprido ao longo das eras [Gênesis 9.28], sua execução trouxe o envelhecimento, que resulta na deterioração, sendo transmitido pelos genes com a ajuda de doenças hereditárias que fazem o corpo definhar no tempo – ainda que a alma não envelheça, como destaca o poema “Cansado, ele foi pedalar a liberdade“. Isso trouxe tamanho peso – com os processos que precisamos passar, destacado no artigo “Enfrentando o processo com o mar nos olhos“, e as aflições prometidas [João 16.33] – tornando o alongamento da permanência na dimensão temporal enfado e canseira [Salmos 90.10].

Apesar de existir quem condena o tempo, ele é o melhor presente recebido pela humanidade, pois evitou uma condenação eterna, possibilitando a chance de rever nossos passos e mudar a direção [Provérbios 14.12], corrigindo a rota [Mateus 7.13-14] pro caminho que conduz a salvação [João 14.6]. Mas enquanto matéria decaída, sofreremos todas as consequências que se estendem por sua passagem.

Ósculos e amplexos,

Mishael Mendes Assinatura
Receba histórias fresquinhas
Inscreva-se pra receber novas postagens assim que saírem do forno