Sabe aquela sensação boa que surge
Quando algo especial surpreende?
É só assim que sei dizer o que senti
A primeira vez que te peguei a vagar.
Nem tudo acontece como queremos,
Acreditei que nem fosse rolar algo,
Expectativas não iam além do date.
Quando, sem direção, surge você,
Me procurando entre a multidão
Isso foi motivo de contentamento
Por isso respondi seu simples oi
Com um beijo pra te arrancar o ar.
De mãos dadas com a felicidade
Caminhamos por ruas e avenidas.
Você me levou por alguns lugares
Que antes eu acabava por ignorar
Entrelaçado em teus dados, segui.
Estar contigo me fez ignorar tudo
Atentando apenas tuas mãos suadas
E o polegar tentando dominar o meu.
Confesso sentir fome antes de te ver,
Mas talvez fosse apenas aquele vazio
Que costumamos tapar com comida,
Pois, contigo não senti falta de nada.
Só dividi o frappuccino de morango
Pra sentir teu gosto no canudinho.
Coisa mais fofa e graciosa é você,
Gosto de te observar conversando
Você fica sem graça e, então, sorri.
Te acho uma fofura tentando falar
Sem jeito, você me pede pra parar,
Mas pra mim isso é difícil de fazer
Mal sabes que o que quero mesmo
É não desgrudar mais os olhos de ti
Porque teu encanto só aumenta ao
Se interromper, sem conseguir falar.
Sabe a história o que tempo distorce,
Perdendo sentido, espaço e direção?
Contigo, vi o que Einstein teorizou,
Quando horas se fizeram segundos,
Sem bastar pra curtir tua companhia.
Não esperava curtir tanto esse date,
Que o tempo voe, agora que fostes
Pra nos seus braços, eu me lançar,
Você é o sonho lúcido do devaneio
De realidade que se quer imaginei,
Mas se fez verdade, encanto, toque
E beijos que me chegam a arrepiar.
Entrelaçado de sensações, palavras
Que insisto, no retorno, transcrever.
Mais vale o tempo passado contigo
Que na distância te esperar chegar.
Ainda que prefira teu toque e riso
Envergonhado, que me faz sorrir,
Sigo aqui poesificando sentimentos
Enquanto você se lança nos estudos
Que só servem pra te roubar de mim.
Amanhã pode até se tornar incerteza,
Mas ainda há de chegar o dia em que
De seus beijos e toques irei me saciar
Outra coisa na vida não quero mais
Te segurar pelo rosto e te ver sorrir
Enquanto os meus lábios te afagam
E sussurram a grandeza que é você.
Em vezes, infindáveis, te desejo ver.
És figura que repito em meu álbum,
Porque completas a minha felicidade
Sem, contudo, me cansar ou satisfazer.
Pode ser talvez naquele dia, um tanto,
Um pouco a menos, bastando até mais
Consiga eu te levar com meus encantos
Pra você não nunca mais ter que partir
E, aconchegados, ver o nascer do sol.
Desculpa ser brega e te fazer poemas,
É que sou do tempo de velhas traições,
Encanta-me a beleza do instante fugaz,
Ainda que não baste, sei te fazer sorrir
Como te arrancar suspiros, te arrepiar
E através de carícia provocar euforia.
#papolivre
Nem sempre a gente consegue o que espera ou acontece o desejado, às vezes o que nos vem ao encontro pode ser melhor que o imaginado. E são de momentos assim – a surgir de súbito, nos pegando de desprevenidos – que se constitui felicidade quando nos deixamos por eles se envolver.
Por isso devemos aproveitá-los ao máximo, porque a intensidade e incerteza de sua brevidade pode não retornar e se valorizados possuem o poder de se tornarem eternos – pelo menos pelo tempo que a gente viver.
Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.