Por melhor que a gente seja, existem coisas que chateiam, até porque cada cabeça é uma sentença, composta de certezas e das próprias opiniões – o que torna comum haver desentendimentos. Mas algumas pessoas conseguem ir além, provocando a ponto de nos atiçar a raiva.
Ainda que isso aconteça ou a gente sofra ofensas, o melhor é nada dizer, porque ações realizadas durante momentos de raiva só nos colocam em situação desfavorável onde perdermos a razão – tanto argumentativa quanto a capacidade de raciocinar, além do respeito [Provérbios 19.11].
Agir por impulso transforma motivos de tensão em gatilhos que ativam ações automáticas roubando nossa capacidade de manter o controle [Gênesis 4.7] e ainda podem gerar futuras consequências desagradáveis.
No outro externo, calar não significa ocultar os sentimentos por baixo de uma positividade tóxica que ignora as sensações desencadeadas, até porque é difícil ficar insensível ao que provoca. É lícito se entristecer, bem como sentir raiva ou se chatear [Efésios 4.26], isso faz parte de nossa natureza decaída. O que não dá pra fazer é deixar esse sentimento enraizar e ir crescendo, até tomar a forma da mágoa.
Nossa mente possui alta capacidade de reter informações, porém, cada vez que memórias são acessadas, além de serem alteradas quimicamente, liberam hormônios que despertam emoções associadas a elas. Por isso, não compensa odiar, porque enquanto você nutre raiva, revive a dor sofrida de forma até pior que quando aconteceu, quem cometeu a falta dificilmente lembrará o que fez.
O peso de não perdoar quem carrega é o que guarda rancor porque fica encadeado num looping infinito de sentimentos ruins resultando em amargura, decepção, tristeza e revolta. Onde os conflitos mentais se transformam em desordens psicológicas, como depressão e outros distúrbios emocionais; ao somatizar, desencadeiam patologias, como problemas gastrointestinal, pressão alta, queda de cabelo e até câncer.
Além de ficar amarrado a pessoa, perdemos o direito de receber perdão [Mateus 25.21-35], algo muito necessário, porque também cometemos erros – alguns dos quais se quer sabemos existir, que podem ter surgido por má interpretação. Só imagina se recebêssemos o merecido por todo problema causado, porém, na medida que liberamos perdão nossas ofensas são perdoadas [Mateus 6.12,14-15].
Não devemos tentar atuar como juízes pra emitir uma sentença a qual seremos o próprio executor, afinal, quem garante que enxergamos pela ótica correta [Mateus 7.3-5]? A justiça que tentamos estabelecer ou praticar nunca é isenta de erros, ainda mais quando nosso julgamento está comprometido por sentimentos que alteraram nosso cérebro e deformam nosso juízo de valor.
Devemos deixar D-s agir pra resolver a questão [Provérbios 20.22], havendo necessidade Ele sabe o modo e o tempo de proceder com justiça, trazendo vingança na medida certa [Deuteronômio 32.35, Hebreus 10.30]. Pois, quem conhece o interior humano [1 Samuel 16.7] sabe cada intenção e qual a recompensa merecida [Gálatas 6.7].
Quando algo provocar, é só respirar fundo e ir contando até se acalmar. Apesar de parecer bobo, esse processo permite oxigenar o cérebro e dar maior clareza a mente, nos fazendo enxergar que o melhor é não revidar.
Calar pode até doer, mas evita incendiar a discussão [Provérbios 15.18], pois tudo o que o colérico deseja é despejar sua raiva. Ao cair em si após se esvaziar, perceberá o papel de trouxa que desempenhou brigando com o vento e o quanto foi desnecessário dar piti. A sabedoria popular ensina que quem cala consente, mas nem sempre silêncio significa mudez, incapacidade de argumentação, menos ainda concordância, pode ocorrer por autocontrole.
Não seja quem começa uma discussão ou dá continuidade, porque ela pode se tornar incontrolável [Provérbios 17.14], servindo apenas pra demonstrar ignorância e falta de equilíbrio. Se for necessário dizer algo, que a calma guie nossas palavras pra cólera ser contida [Provérbios 15.1]. Se mesmo assim a raiva não reduzir, o melhor é oferecer o outro lado do rosto [Mateus 5.38-39] sem revidar, fazer o justo contrário do que o impulso tenta nos levar a fazer e não reagir, porque isso é o que trará honra [Provérbios 20.3].
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Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.