Papai não é mágico, nem pode tirar
Coelho e outras coisas da cartola
Ele se quer tem uma, só usa boné.
Apesar de habilidoso com as mãos
Não sabe fazer truque de cartas
Ou mesmo desaparece na fumaça,
Em suas mãos equilibra a vida.
Não tira do bolso lenços coloridos
Mas doces, chocolates, bolachas.
Jogando pra cima a tristeza
Faz cair confetes de felicidade.
Ele não tira moeda de orelhas
Mas sabe como tirar sorrisos.
Truque de serrar ao meio ignora
Mas se divide em quantos precisar
Pra garantir que nada desapareça.
Não faz as coisas sumirem
Mas traz o que mais gostamos
Também não advinha as cartas
Mas sabe o que nos deixa feliz
Tão pouco sabe ler pensamentos
Mas conhece os nossos desejos;
Mesmo sem atravessar paredes
Executa mais que grandes ilusões
Fez surgir cada parte do encanto.
Tanta mágica suas mãos fazem
Também consegue trazer sorrisos
E fazer surgir o que traz felicidade
Sem transformar fogo em pombo
Pode converter tijolos em abrigo.
De suas mãos saem coisas incríveis
Surge piso, parede, teto, quarto,
Cozinha, banheiro, sala, garagem
Assim ele faz aparecer uma casa.
Com seu poder de aparecimento
Mesmo sem precisar de varinha
Fez surgir as bases de um lar
Um lugar pro coração repousar,
Onde sentimentos se agrupam
E a gente pode encontrar amor
Carinho, conforto e proteção.
Assim crescemos em meio as
Suas mágicas e tudo que realiza
Tirando cada truque do coração.
#papolivre
Na ficção vemos tantas coisas incríveis que fazem a vida comum parecer chata, mas melhor que o truque de andar sobre as águas – como fizeram Criss Angel e Dynamo através do ilusionismo – é ter um pai que faz surgir tudo o que a gente precisa através de seu amor e dedicação, sem qualquer truque. Que não precisa de plateia pra realizar seu espetáculo, e continua com a gente mesmo quando a cortina baixa, as luzes apagam e o medo se aproxima.
Melhor que isso é ter um pai com mãos mágicas que fizeram surgir uma casa que aos poucos foi crescendo e se transformando em lar, sobrado: paraíso; pra onde a gente retorna, descansa e não quer mais sair. Obrigado, pai, por tudo que o senhor construiu pra gente, por nós e em nossas vidas com seu exemplo e dedicação.
Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.