É meio que automático, basta a Netflix disponibilizar uma produção pra que ela se torne o novo blockbuster do momento, mas isso não é a toa, já que a produtora de streaming costuma não poupar grana pra seus originais, o que tem proporcionado histórias bem contadas e envolventes – também com a base de dados que possuem dos clientes fica fácil acertar o gosto popular, sem falar no investimento pesado em publicidade segmentada.
Então, sempre que surge um novo original, um buzz invade a rede, com Death Note não está diferindo, só que ele gera uma verdadeira enxurrada de críticas negativas tanto por parte dos otakus, como da crítica especializada, embora isso tenha começado antes mesmo do filme ser liberado sexta passada (25/08) na plataforma.
Há diferenças óbvias, começando pelo nome dos personagens, Yagami Light (Yagami Raito, no Japão) virou Light Turner, interpretado no filme por Nat Wolff, de “A culpa é das estrelas” e “Cidades de papel” e Amane Misa virou Mia Sutton, interpretada por Margaret Qualley, de “Dois caras legais”, já L. Lawliet (Ero) é interpretado por Lakeith Stanfield, de “Corra!” e “War Machine”.
É inegável que mudanças precisam ser feitas, seja por causa da necessidade de se condensar um conteúdo grande num tempo bem menor, seja por causa da cultura em que a história está sendo apresentada, só que em alguns momentos essas diferenças chegam a ser gritantes. Se o filme vale mesmo a pena assistir e porque a Netflix se achou no direito de usar da licença poética pra adaptar um sucesso que vendeu mais de 30 milhões de cópias do mangá por todo mundo, você vai saber no vídeo abaixo!
Além do anime, que geral conhece, existem várias outras produções que a Netflix usou para se inspirar. Se você viu o vídeo acima, já sabe como boa parte dessa relação acontece e também deve ter ficado curioso pra assisti-los. Pra facilitar, deixei o link de cada uma nos respectivos títulos, assim você nem precisa se dar ao tralho de procurar. 👊
E se você acha que conhecia bem a história de Death Note, então prepare-se pra rever seus conceitos e se surpreender com todas produções realizadas até agora, assim, além de conhecer melhor esse universo phodástico, você entenderá melhor a versão alternativa da Netflix.
Para assistir os animes, basta clicar nos respectivos títulos.
Death Note (Anime)
Composto de 37 capítulos, o desenho foi lançado, logo após a história ser concluída, com o último mangá sendo lançado em 2006. Ele foi produzido pela Madhouse e exibido na Nippon TV em duas fases, a primeira em 2006, e a segunda em 2007, o anime expandiu o universo criado no quadrinho. Existe ainda 2 especiais, que resumem as duas fases da animação, com os cortes do diretor, Tetsurō Araki: Death Note Rewrite: Genshi Suru Kami, lançado em 2007, compreendendo os episódios 1 ao 25, contandos pela perspectiva de Ryuk e Death Note Rewrite 2: L wo Tsugu Mono, lançado em 2008, com os episódios 26 ao 37, narrados pela perspectiva de L.
Death Note – Movie
Devido ao sucesso alcançado pelo mangá e também pelo anime, no ano de lançamento da primeira fase do desenho, em 2006 e no mês de junho, saiu o primeiro filme live-action, que nos apresenta uma nova perspectiva pra história. Além de trazer a excelente atuação de Tatsuya Fujiwara, como Light Yagami e Ken’ichi Matsuyama, como L, o longa também surpreendeu com a renderização dos shinigamis Ruyk e Rem, que mostra uma excelente qualidade de computação gráfica – algo que não é percebido nas live-actions posteriores, nem mesmo na versão da Netflix.
Death Note 2 – The Last Name
Como um filme é pouco pra desenrolar toda trama de Death Note, no final de 2006, em 3 de novembro pra ser mais exato e, antes mesmo do anime concluir a história, o segundo longa foi lançado, brindando-nos com o mesmo comprometimento com a qualidade da computação gráfica e também a atuação excelentes por parte dos atores do primeiro longa. A história se encerra com a morte de Light, o último nome que faltava e com L vivo e na bad, Near e Mello infelizmente não aparecem – isso foi o que mais chateou 😔, já que assisti até o fim aguardando o aparecimento deles.
L – Change The World
O filme live-action, lançado em 2008, trata-se de um spin-off que, apesar de escrito por Tsugumi Ohba, Takeshi Obata, os criadores do mangá, e Hirotoshi Kobayashi, está mais pra filler já que mais atrapalha do que expande a história. A história acontece nos últimos 23 dias de vida L. Lawliet, quando ele encontra um grupo bioterrorista que quer destruir a humanidade com um supervírus, 100 vezes pior que o ebola, até que descobrem um garoto que não foi infectado. O filme serve apenas pra explorar a popularidade de L como o maior detetive do mundo, tanto que nos três primeiros dias de estréia a bilheteria arrecadou mais que os dois primeiros filmes, mas ele é bem cansativa, a não ser que você tenha um saco de Papai Noel ou seja bem curioso, recomendo pular esse, pois é chato pra ca&$#%! – lembre bastante Volverine Imortal 😓.
Death Note (Dorama)
Primeiro drama live-action, lançado em 2015 na Nippon TV, essa é a melhor versão alternativa e a que mais inspirou a Netflix. A mini-série, com 11 capítulos, trouxe uma história diferente do que já tinha sido apresentado até então e conta com as excelentes interpretações de Masataka Kubota, como Light Yagami, Kento Yamazaki, no papel de um L Lawliet ainda mais peculiar, e Mio Yūki que surpreende como a pequena e inteligente Near que sofre com o problema de dupla personalidade. Mesmo que você tenha assistido várias vezes o anime ou lido o mangá, vai ficar de queixo caído com um roteiro surpreendente, ainda mais cheio de reviravoltas e com a ótima direção de Ryūichi Inomata, que dirigiu Kaseifu no Mita (2011) e Ryō Nishimura, que dirigiu a versão especial do drama Kamen Teacher (2014).
Assim como vemos no filme da Netflix, a história começar a desenrolar a partir do bullying sofrido, no caso pelo amigo de Light e por consequência acaba sobrando pra ele também.
Death Note (New Generation)
Esse drama é um especial de 3 capítulos, lançado pelo Hulu Japão, em 2016, a história acontece exatamente 10 anos depois de Kira ter sido desmascarado, em 2006, e mostra mortes que aparentemente estão ligadas ao Death Note, porém que possuem solução. Mas pior que saber que o Death Note voltou a ser usado é descobrir que há vários outros em posse de pessoas tão loucas quanto o primeiro Kira.
Death Note – Light Up The New World
O filme em estilo live-action, lançado em 2016, continua a história partir do segundo longa, “The Last Name”, expandindo a história que foi introduzida pelo especial “New Generation”. Nele descobrimos que reunindo uma certa quantidades de Death Notes o Kira original pode ser invocado. Ocupando a 19ª posição entre os 20 filmes mais vistos no Japão (2016), ele foi lançado no Brasil em 2 de agosto de 2017.
Death Note (Netflix)
Nessa versão da Netflix, lançada esse ano (2017), o roteirista Jeremy Slater nos traz uma história ainda mais diferente do que já foi contada e recontada e de uma forma bem truncada, apesar do tempo ser curto pra contar tanta coisa, ele consegue mostrar de forma surpreendente a essência de Death Note e há ainda muito o que ser contado. O filme conta ainda com a ótima fotografia e direção de Adam Wingard, que também dirigiu “Você é o próximo” (2011), “O ABC da Morte” (2012) e “The Woods” (2016) – o que realmente decepciona é Ryuk que ficou estranho pakas. E se você curtiu o filme e também é fã de música boa, então vai adorar a Trilha Sonora Original da versão da Netflix!
Espero que depois de conhecer melhor o universo Death Note, você consiga entender porque a versão da Netflix, ao contrário do que a maioria tá dizendo é muito boa e possa curtir, assim como eu.
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Ósculos e amplexos,
Com informações de
Wikipédia – 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
Crunchyroll – 1, 2, 3, 4
Adoro Cinema
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.