Você já teve a experiência de visitar seu sonho? Seria legal poder experimentar todas as fantasias que nossa mente é capaz de criar, mas se já não é fácil ter sonhos lúcidos, onde podemos controlar o que acontece – embora eu tenha tido alguns – imagine tornar seu sonho real. Pois é exatamente essa experiência que quero compartilhar com você!
“Rá-tim-bum – O Castelo” é mais que uma exposição, é a materialização de um sonho que provavelmente, assim como eu, você também deve ter vivido, e traz de volta alguns personagens e roupas originais, além de cenário completo de uma das melhores séries dos anos 90. “Castelo Rá-Tim-Bum” estreou em 09 de maio de 1994 e foi até 24 de dezembro de 1997, ao todo foram 4 temporadas e 90 episódios + 1 especial de natal.
Meu primeiro contato com o Castelo se deu no documentário exibido antes da estreia, onde foi apresentada a produção minuciosa, exibindo cada ambiente – só imagina como fiquei ao ver pela primeira vez o quarto do Nino, a vontade foi entrar na TV e viver aquele sonho de perto.
Apesar da expectativa, quando o Castelo estreou, acabou sendo uma chateação, pois ele passava no mesmo horário dos “Cavaleiros do Zodíaco” – só quem é daquele tempo sabe que não dava pra perder nenhum episódio. Daí como a gente só tinha uma TV e minhas irmãs eram maioria – duas contra um – fui obrigado a assistir cada um dos episódios, até o seriado ficar tão interessante que acabei esquecendo dos Cavaleiros.
A partir disso não perdi mais nenhuma vez que passava o Castelo, nem nas inúmeras vezes que ele foi reprisado – eu e toda uma galera, inclusive algumas crianças ficaram tão chateadas com o fim do Castelo que chegaram a mandar cartas com dinheiro pros atores pra série não acabar. Só que não adiantou, pois todos episódios foram gravados de uma vez, as gravações aconteciam praticamente todo dia, durando 8 horas e levou um ano.
Agora, voltando a realização do meu sonho, a coisa toda foi bem mágica. Antes de tudo o que mais chamou a atenção foi a fila imensa, mas isso já esperado, pois o Castelo fez e ainda faz parte da vida de várias gerações de crianças, o sucesso foi tanto que foi premiado como melhor programa infantil, além de conquistar o maior índice de audiência da TV Cultura até hoje.
Mas bastou ouvir o tema de abertura pras lembranças despertarem um sorriso de ponta a ponta, mas eu não fui o único, olhando o que mais tinha era pessoas felizes. Ao chegar na porta as palavras “Klift Kloft Still”, o bordão do Porteiro, serviram pra desligar de vez o senso de realidade, transportando nossa criança interior pro mundo do sonho. E nessa hora a idade deixa de ser importante e a gente só quer saber de aproveitar o passeio.
Toda exposição, com os detalhes e a reconstrução em tamanho real do Castelo foi tão bem feita, que torna difícil distinguir a experiência de um sonho. Logo depois de tirar algumas fotos com Porteiro, damos de cara com a miniatura usada na abertura da série, a visão permite observar atentamente cada detalhe e perceber o quanto a reconstrução em tamanho real é fantástica.
A exposição conta ainda com as roupas e bonecos originais, só que esses estão num estado deplorável, alguns bem destruídos, já que a TV Cultura nunca teve preocupação de armazená-los com cuidado, por isso há várias réplicas, alguns são animatrônicos e se movem, com o Gato Pintado e o Porteiro, outros são estáticos, como a Celeste e a Adelaide.
Enfim, é tanta coisa pra ver e olhar, infelizmente não pode tocar – se ninguém tiver vendo qual o problema mesmo? – que a gente quer passar o maior tempo possível lá, aproveitando cada cenário, observando as peças, mas apesar de lotado todos querem curtir, então ninguém liga se você quiser demorar um pouco mais. Inclusive há textos e recortes espalhados pelo espaço.
Se liga nas fotos que a gente tirou lá! 😎👌
Viver esse sonho foi uma experiência que nunca esperei se tornar real, deu pra conhecer cada um dos cenários, desde o quarto da bruxa Morgana, passando pela cozinha, até o quarto do Nino – e sim, ainda quero um daqueles, com porta giratória e tudo – enquanto as histórias iam voltando na minha cabeça. O único problema nessa viagem foi decidir o espaço preferido, pois estando num sonho, parece injusto escolher a melhor parte. E pensar que quase que eu, a maninha Kelly Mendes e a mãezona perdemos tudo isso, pois nesse dia o tempo estava chuvoso então, além da gente sair em cima da hora, pegamos maior trânsito, mas mesmo com atraso conseguimos entrar – os monitores lá são bem legais.
A ida provou que Fernando Pessoa estava certo ao dizer que “tudo vale a pena, se a alma não é pequena”, assim, apesar do estresse e fome, valeu a pena os momentos ali dentro. Agora, se você ainda não foi e está pensando em ir, então é melhor correr, pois depois de um ano a exposição termina domingo agora (04/02)!
Ósculos e amplexos,
Com informações de
Wikipédia
BuzzFeed
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.