Fragrante – Localização enviada (Episódio 02)
Mishael Mendes/ Inversível

Fragrante – Localização enviada (Episódio 02)

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Jennie não acreditava em qualquer possibilidade remota no amor, até ser atraída pela fragrância de Simey, o maior boy magya que já tinha visto. Então resolveu puxar assunto e a conversa ia bem, até ele cortar o papo do nada e sair falando no celular.

Decepcionada ela pega o ônibus e vai embora, mas quando pensou estar só, o perfume de Simey invadiu o coletivo, nervosa ela resolve olhar na direção do cheiro e é quando tem uma surpresa.

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Essa era a primeira vez Jennie se via nervosa de verdade com a simples ideia de ver um garoto, pior, alguém que ela mal conhecia e só de pensar que Simey podia estar naquele exato momento no mesmo ônibus que ela, foi motivo pra deixá-la sem reação.

Enquanto decidia se olhava ou não, o perfume que começou fraco foi ficando mais forte, indicando que quem usava a fragrância devia ter sentado no banco da frente. Um pensamento lhe tomou a mente: “Se não der pra perder o medo, então se agarra nele e vai assim mesmo, pelo menos você não vai estar só.”

— É agora ou nunca! – Jennie cochichou enquanto levantava a cabeça, reunindo toda coragem que conseguiu encontrar, mas pra sua surpresa quem viu não foi o boyzinho que queria impressionar, na verdade, não era ninguém mesmo, o ônibus continuava vazio, se tinha subido alguém, ficou lá na frente. Assim o sorriso que custou exibir, a deixou mais sem graça.

— Claro! Té parece que ele ia aparecer aqui… – Ela falou quase não dizendo, foi mais um sussurro que propriamente uma fala.

“Fiquei tão gamada no crush que até tô sentindo o cheiro dele?” – Só podia ser a mente de trollagem, Jennie voltou pra posição de antes e foi encostar pra sentir a fragrância, ela olhou em volta e nada, então foi cheirando o braço, ao chegar na mão, encontrou a fonte do perfume.

— Caraca, ele é tão cheiroso que o perfume garrou na minha mão.

O que não era de todo ruim, se ele saiu fugido, pelo menos deixou uma recordação, já que ia ser difícil de vê-lo novamente, ao menos ela ficou com uma parte de Simey, a fragrância.

— Droga! Nunca uso o Happn e quando desinstalo aparece mó sapão! – A vontade foi jogar o iPhone no chão, daí ela lembrou que o copo que boy deixou era da Starbucks, então saiu stalkeando o Insta e o Face atrás de check-in, vai que ele tinha postado alguma foto, mas mesmo depois de procurar bastante, as buscas não trouxeram nenhum resultado.

— Pelamordi! Quem vai nos lugar, não tira foto e nem faz check-in? – Pelo nome também não conseguiu encontrar nada, Simon era mais comum do que ela esperava.

Fuçando no Face encontrou a comunidade “Te vi no ônibus – SP” e “Crush do ônibus“, onde os usuários ajudavam encontrar possíveis amores perdidos, mas lá não ia conseguir ajuda, já que nem foto tinha do crush, então aproveitou pra ler as histórias, algumas eram divertidas, outras emocionantes, o mais engraçado era que alguns crushes faziam tanto sucesso que chovia pretendentes. Ela se empolgou tanto com as postagens que quando olhou pra fora passou do ponto, assim desceu no próximo e fez o retorno, o que permitiu ler mais algumas postagens.

“Se não der pra perder o medo, então se agarra nele e vai assim mesmo, pelo menos você não vai estar só.”

Ainda com esperanças, continuou stalkeando as redes, assim que chegou em casa, só parou mesmo quando o iPhone caiu na cara, então, cansada e sem um vestígio que fosse do boy, guardou o celular embaixo do travesseiro, virou de lado e dormiu profundamente.

Jennie não se conformava como podia pensar tanto em alguém que mal conhecia, só por causa daquele sorriso encantador, a beleza ou seria o charme? Não importava o motivo, era pensar nele pras batidas acelerar e os sentimentos ficarem agitados.

Infelizmente a euforia causada pela lembrança do boy e o desejo de revê-lo não foram suficientes pra trombar novamente com ele, a única coisa dele também se foi, pra isso bastou um banho, mas se na pele não restou marcas do crush, a memória manteve a fragrância que passou a incomodar, já que a lembrava que tinha perdido a chance de, no mínimo, pegar o número dele – quem sabe tinha até rolado algo?

Ficar pensando no que podia ter acontecido, mas que nem chegou a acontecer, por ela ter esperado demais, era bem tenso.

Vida que segue, o tempo ajudou Jennie esquecer o garoto, pois por mais sapão que fosse, ele não valia se torturar pelo que nem aconteceu ou ficar ocupando seus pensamentos, até porque Simey não passava de uma lembrança – ela tinha mesmo visto ele ou tudo não passou de sonho? Bom, o que importava é que agora estava acordada, assim podia ir à padaria pegar outro, mas nesse caso além de tocar o sonho dava até pra morder.

Aquele era um de seus dias mais sagrados, em que se deixava ficar à toa, jogada na cama até tarde, como essa era a regra de toda semana o corpo acabou acostumando, então logo de manhã ficava possesso de preguiça.

— Jennie, levanta pra tomar café.

— Ah, manhê, fala sério!

— Vai logo, filha! – Cindy invadiu o quarto e já foi abrindo as cortinas.

— Credo, mãe, fecha isso, ainda são nove da madrugada! – Jennie colocou o celular embaixo do travesseiro e se cobriu novamente.

— Se eu fosse você pulava logo daí, se seu irmão levantar não vai sobrar nada. – Jennie descobriu a cabeça e ficou olhando a mãe. – A não ser que você não queira tomar café.

— Aquela draga come tudo que vê pela frente! – Ela suspirou e cobriu a cabeça de novo.

Ficou na cama

Tentar levantar, Jennie até tentou, mas o corpo se recusou sair da cama, ele estava disposto a seguir a ordem divina de descansar. Mas com disposição ou não, teve que levantar, como não quis por vontade própria, foi forçada mesmo, a mãe desceu chuva de travesseiro e rapidinho a vontade de levantar apareceu.

Depois de um café da manhã especial, a mãe pediu pra fazer uma entrega.

— Sabiaaaa! Era bom demais pra ser verdade, tinha que ter golpe na parada.

— Hey, Jennie, que horror! Parece que sou interesseira.

— É… mais ou menos, mais ou menos…

— Deixa de abuso, filha! Tem nada ver, só quis fazer um café especial pros meus filhotes.

— Ahaaam…

— Então, tá corrido pra mim e acabei esquecendo que tem essa entrega.

— Mãe… justo hoje?

— Meu cliente precisa disso hoje, vai lá, filha! É um pouco longe, mas é fácil chegar. Oh, te mandei a localização. – Ela mexeu no celular. – E outra, você precisa se exercitar um pouco, ficar o dia todo, largada aí pela casa, não faz bem.

— Táaaa… precisa de textão não, eu vô!

Como já estava de pé e não tinha o que fazer, topou, então foi se arrumar, catou a sacola e foi saindo, quando estava passando pela porta ouviu a mãe recomendar pra ter cuidado.

De certa forma, chegar lá foi fácil, o problema foi depois que achou a casa, porque mesmo apertando a campainha várias vezes e dado uns berros ninguém atendeu, quando esgotou o papel de trouxa extra que tinha levado, Jennie virou pra rua, pronta pra ir, então alguém gritou dizendo que já ia, ela deu meia volta e ficou esperando.

— Desculpa, tem ninguém em casa e eu tava no banho. – O garoto se desculpou, mas Jennie nem ligou, só conseguiu reparar que ele estava de toalha e que tinha maior corpão. Percebendo que os olhos dela estavam colados no peitoral, mexeu eles. – Oi? Tudo bem!? – Ele sorriu ao ver que só depois da graça a garota prestou atenção.

— Ahh, oi! – Jennie ficou sem graça por ser pega.

— Que bom que chegou. – Ele sorriu ao ver a sacola, deixando Jennie ainda mais gamada ao ver as covinhas daquele sorriso. – Peraí, vô pegar a grana.

Ele deu as costas e entrou, enquanto Jennie ficou filmando a bunda dele e ela gostou do que viu. Quando ele voltou, veio perguntando da consultora, Jennie disse que ela era sua mãe e como estava ocupada não pode ir.

— Tá certo! – Ele sorriu novamente. – Posso experimentar?

— Claro – Jennie balbuciou. Ela o viu tirar o vidrinho verde, nele havia as palavras “paz & humor”, assim que o perfume espalhou no ar, a memória olfativa de Jennie acionou.

“Espera… esse cheiro, será quê…? Não, nem que o sapão fosse pokémon ia evoluir tanto assim!” – Ela se abanou, os olhos insistiam em percorrer o desenho do corpo do boy.

Ficou encarando

“Nossa… essa garota gosta mesmo de encarar.” – O garoto sorriu, mas começou a ficar sem graça ao ver aqueles grandes olhos grudados nele, até que a ficha caiu.

— Ah, é… cabeça a minha! – Ele bateu na testa. – Tó a grana.

Jennie ficou sem graça de novo, essa já era a segunda no mesmo dia – algo raro de acontecer, já que não costumava ficar constrangida – então puxou o dinheiro de uma vez.

— Sou a Jennie! – Ela soltou um sorriso meio amarelado.

— Como sou ogro! Sou Simon. – Ele estendeu a mão. – Tá certa a grana?

— Tá, sim! – Jennie nem conferiu, só conseguiu olhar fixamente Simon.

“É ele, berro!” – Ela teve que parar de pensar pra poder respirar. – “É o destino e dessa…”

— Agradece! – Antes de Jennie poder pensar algo, Simon cortou os pensamentos dela. – Fala pra sua mãe que quando eu precisar dô um salve. – Assim que terminou, ele fechou a porta, deixando Jennie sem acreditar no que tinha acabado de acontecer bem na sua cara.

Além dele não a reconhecer, se apresentou apenas como Simon, tratando-a como uma desconhecida qualquer, tudo bem que ela não o reconheceu de cara, mas também, como podia? Ela nunca tinha visto aquele lado cremolícia dele, apenas o nerd que, embora fosse atraente, não dava pra saber o quanto ele era ainda mais.

Já ela, continuava com a mesma cara, como ele não lembrou dela e ainda foi tão frio? Isso a deixou na bad, mas a verdade é que não dava pra exigir, já que não se conheciam mais do que algumas palavras trocadas. Ainda assim ele não precisava tê-la tratado daquele jeito.

— Tá… tchau! – Jennie ergueu a mão automaticamente, então e se tocou que falava com a porta, assim a deixou cair pra evitar pagar mico.


#proximoepisodio

É, parece que as coisas não deram muito certo pra Jennie, mas o encontro inesperado causou um efeito maior do que ela gostaria e isso a fez ficar ainda mais confusa, e agora? Quem poderá ajudá-la a conseguir entender o que está acontecendo a si mesma?

Após se aconselhar com a melhor amiga, Jennie volta pra casa e fica sabendo que recebeu uma ligação, mas se recusa atender, só que ela vai descobrir que o destino tem mais cartas na manga, assim ela até conseguirá adiar, mas não impedir, o que já foi traçado de acontecer.

Ósculos e amplexos,

Mishael Mendes Assinatura
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