Luz, farol que o caminho direcionou.
Em teus olhos a incandescência reluz,
Guiando em direção aos braços teus.
A brincar, os astros vêm convidando,
Em chamas brilham na minha direção.
Você as poderia chamar esmeraldas,
Opalas, rubis, turquesas, diamantes,
Qualquer nome preciso de pedras,
As prefiro chamar contentamento;
Pois é o que sinto ao ver teu sorriso,
Brilho que aumentando, intensifica,
Até, envolto por ele, consumido ser.
No céu dos lábios teus, luz encontrei,
Sol que aqueceu, despertando a mim.
Antes vagava rumos, em busca de ver,
Se a felicidade caminhos mil levaria;
Perdido pela escuridade, dizia viver,
Mas te buscava mesmo sem saber.
Percebo os caminhos não importarem,
Todos eles me trariam ao destino em ti.
Mesmo na brevidade amo estar contigo,
Te envolver nos braços até sermos um,
Amor e paixão, forças que consomem.
Pavio da carícia é o beijo que inflama.
Vivendo momentos de prazer, e mais,
No instante em que te toco os lábios,
Tua luz vem me preencher de brilho,
Não importa se lá fora o mundo cai;
Ou o quanto desmorone outro tanto,
Tua luz, fluindo em mim, afasta a dor.
Quando essa chama começa a apagar
A fraqueza de meu coração pulsante,
Em descompasso bate, buscando calor;
A cada batida, procuro em desespero.
Na distância, saudade só faz aumentar,
Falta a luz achada apenas em teu céu.
#papolivre
Mesmo completos em nós, sem precisar de outra banda pra nos tornar inteiros – como distorce o mito da alma gêmea, que a ficção romântica costuma propagar – temos a necessidade de nos envolver com outra pessoa pra aumentar a porcentagem de felicidade – algo embutido em nossa programação genética, como aborda o artigo “Separação não é o mesmo que distância“. Na matemática básica do relacionamento, o acréscimo de felicidade acontece quando a dividimos, pro produto resultante ser multiplicado de forma exponencial, ou seja, num crescimento contínuo.
Essa percepção de exceder a unidade, costuma surgir quando a gente nota a sinceridade naquele sorriso mais intenso, ou a demora de outros olhos em nós, e como se tudo conspirasse pro encontro de caminhos divergentes, o interesse mútuo aumenta, fazendo rolar sentimento e compromisso. Nisso, a pessoa se torna especial ao ponto de ser preciso estar mais tempo juntos, porque o corpo vicia no bem-estar liberado pelos hormônios ao beijar, gerando o desejo de permanecer, como mostra o artigo “Não faça como Romeu e Julieta“.
Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.