Antes mesmo do princípio, existiu a luz,
Até reverberar, explodindo em dimensões.
O impalpável ganhou forma e se expandiu.
No entrelaçamento de cordas espaço brotou
Repleto de tons, texturas, formas, proporções,
Onde o céu tocava as árvores que baixavam,
Cumprimentando os passantes pelo caminho;
A felicidade ecoava de cada direção do vento.
Até uma dúvida, levar a ação que provocou
O princípio da corrupção; a natureza decaiu.
Dali em diante, os seres se desencontraram,
Se perdeu centro, propósito, valor, convicção.
A escuridão aumentou em forma e domínio,
Começou como sopro, sussurro, sugestão,
Que ao se seguir, levou ao dano, pra canto
Algum, de lugar nenhum, em meio ao nada;
O aumento das trevas obscureceu as mentes,
Distorcendo vistas, tornou ruína em prazer.
Então da escuridão nas nuvens, luz desceu,
Inundando desertos, soterrando os vales,
Aplainou montes, colinas e curvas, aprumou
Todo caminho; afogou erros, lavou incertezas.
Em seu estado, brilhou na densa escuridão,
Guiando passos, mostrou estreito caminho,
Enquanto alternativas só levavam ao vazio;
Escolhas não passam de ilusão do intelecto.
Então, seu resplandecer foi rejeitado, sobre
A materialização, templo ao ego se ergueu.
Se repeliu aquela que é sem fim, que deixou
Esplendor possuído acima das estrelas, pra
Ao pó se lançar, alcançando estado sólido,
Reduzindo pra clarificar, envés de eliminar.
Luz revela tudo, não há o que se esconda de
Seus raios, alcança os cantos mais obscuros;
Assim, revela o que se intentou esconder:
Propósito, maldade, toda sorte de destruição.
Por isso se levantaram em ondas de fúria até
Silenciarem a luz; em trevas mergulhou o dia,
Mas pelo domínio da manhã, tornou a brilhar,
O dia perfeito fez, enchendo de resplendor.
Atravessando barreiras, paredes, o tempo,
Saiu a incendiar corações, enquanto cintilava.
A luz que em chamas iluminou noites, voltou
De onde veio, resplandecendo ainda mais.
Agora ela aguarda o tempo de relampejar
Enchendo terra e céus. Quem a receber
Será luz pela duração que o tempo não
Pode conter, onde o planeta irá brilhar.
#papolivre
Apesar de não poder ser capturada, a luz alcança qualquer espaço e espanta a escuridão, revelando o que era ocultado pelas trevas; até mesmo doenças e evitando contaminação. Não há como esconder seu brilho. Mesmo sem possuir corpo, suas partículas transportam energia que lhe permite nos tocar com o calor emanado de si. Além de partícula, também é onda a se espalhar no universo, mesmo sem precisar de qualquer meio físico pra isso, utilizando campos eletromagnéticos reverbera pelo vácuo, causando movimento e possibilitando a continuidade da vida.
Enquanto luz é energia liberada, massa é energia condensada – como abordo melhor no livro “O Segredo das Eras – Despertar” – o que explica como a grande explosão de luz provocou o princípio da dimensão do tempo. Mesmo sem possuir massa, a luz transporta energia que pode se acumular e ser transferida. Assim, quando aconteceu o disparo que iniciou a dimensão material, ela foi concentrando em calor, brilho e massa que gerou astros, satélites e planetas, até proporcionar o ambiente ideal pro surgimento da vida.
O que vemos não foi feito do que aparenta [Hebreus 11.3]. Do universo formado por corpos celestes, que fazem cair o queixo tamanha perfeição, até os átomos invisíveis que constituem qualquer matéria, tudo é resultado da materialização da luz; aquela presente antes mesmo do princípio [João 1.1-5], quando ainda não havia tempo. Vindo do inacessível [1 Timóteo 6.16], fez massa e vida brilhar, ao condensar a si mesma em matéria, cujos corpos possuem pó de estrelas, surgidas antes dos planetas, satélites e da natureza vegetal e animal – no artigo “Apagando reflexos com a sua luz“, abordo melhor essa coisa de sermos feitos de pó de estrelas.
Mesmo colocando sua essência na massa, que fez pra ser sua representação material [Gênesis 1.26], a luz deu liberdade de escolha, se apresentando ao entardecer pra iluminar e contar do início das coisas [Gênesis 3.8] – esse detalhe exponho melhor em “Histórias de vida que precisam ser contadas“.
Porém, ainda que em conexão com a luz, a humanidade fez uma escolha que botou tudo a perder, e deu ruim geral pra dimensão do tempo. Ainda que optar pela desobediência possa ter parecido algo pequeno, essa escolha mal feita trouxe arrependimento e um pesar terrível [Gênesis 3.1-19], inclusive pra natureza que até hoje sofre suas consequências [Romanos 8.19-21]. Isso corrompeu tudo, enchendo os entendimentos de trevas e confusão. Então, cada um seguiu o próprio caminho, optando pelas piores escolhas – demostrando que ninguém sabe o que fazer [Romanos 7.18-21] – exigindo um custo muito alto pra reparar o dano [Romanos 5.12-17].
Com o propósito de reaver o elo perdido, a luz, que guia os passos [Salmos 119.105], habitou entre nós, resplandecendo sua glória [João 1.14]. A luz do mundo [João 8.12] veio devolver a visão [João 9.32-33] aos que andavam nas trevas, habitando na região da sombra da morte [Isaías 9.2, Mateus 4.16], também concebendo entendimento [João 6.47, João 14.6], e se fez maldição por nós [Gálatas 3.13]. Essa luz pura se humilhou a um estado inferior, diminuindo a ponto de se tornar barro [Filipenses 2.6-8], pra trazer redenção [1 Timóteo 2.6] e clarificar [Salmos 36.9] nossos sentidos obscurecidos pela corrupção [Romanos 3.10-20].
Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.