Um castelo de sonhos, entre as nuvens, contemplei
De inumeráveis quimeras, rimas, poemas, sinfonia;
Águas marinhas, resplandescente cristal, felicidade,
Esmeraldas, jasmins, rosas e perfumes de lavandas.
Com ruas e praças de ouro, transparente feito vidro,
Contornado por muros de jaspe e portas de pérolas;
Fundamentado em belezas e preciosidades minerais;
Mar ali não separa, apenas o rio segue levando vida.
Da beleza do amanhecer, o dia se estende sem ter fim,
A noite não se pode encontrar, Sol e Lua ocultaram-se.
Valioso recanto, pelo qual tudo se vendeu pra adquirir
Melhor lugar do mundo onde estar pra se reencontrar.
Numa encosta, com vista pro oceano safira, me debrucei,
Onde desencontros se fazem encontros no brilho da luz,
Lugar onde, de tristezas e dor, lágrimas não correm mais.
Aqui pastam juntos lobo e cordeiro, leão e o boi também,
Nova dimensão, céus e terra retornaram ao estado natural.
Na rua principal há alimento e cura, das árvores, vida sai.
Os confortos, prazeres e maravilhas de outrora passaram;
Tudo perde o sentido, lembranças apagam em deslumbre.
Ao retornar, lancei-me em belezas, terrestres esplendores,
Do canto dos pássaros à fragrância presente nos jasmins;
Acumulei-os, em busca do que nos sonhos pude atentar,
Contemplando a glória do que consegui, sinto ainda faltar,
Nem deleites ou encantos puderam reproduzir o que vi ali,
Coisa alguma se pode comparar com o resplendor que há.
Castelo feito de sonhos e nuvens, adornado, desce do céu.
Tesouro escondido, das coisas de cima a mente me encheu.
#papolivre
Quando a gente descobre algo mais belo e melhor que tudo que encontramos, as outras coisas esmaecem em sentido e cor, deixando de ter o mesmo poder de atração sobre nós [Mateus 13.44-46]. E quanto mais pensamos nessa descoberta, maior se torna o desejo e a pressa de tê-la o mais breve possível [Salmos 42.1], até sermos um [1 Coríntios 15.28] com as belezas e a esperança além de toda deformidade e tristeza; de toda imperfeição e decaimento.
Mesmo o avanço da ciência tendo possibilitado avanços e conforto, reduzindo distâncias e exclusão, nossos poemas e canções ainda falam de um anseio oculto na alma: a necessidade de um lugar onde a paz é uma constante – como aborda o artigo “As cores quentes e frias da vida“. Esse lugar, ao qual prazer nenhum dá pra comparar, vem se aproximando [Marcos 1.15] – está mais próximo que se possa imaginar – com dimensões e esplendor tal; que nem com toda tecnologia e recursos humanos foi possível alcançar seu nível de plenitude e harmonia [Apocalipse 21.10-23, Apocalipse 22.1-5, Isaías 65.17-25].
Ósculos e amplexos,
Autor de Interrompido – A curva no vale da sombra da morte, é um cara apaixonado total por música, se deixar não faz nada sem uma boa trilha sonora. Bota em suas histórias um pouco de seus amores e do que sua visão inversível o permite enxergar da vida.