Poesificando: Castelo de sonhos, nas nuvens eu vi
Cederic Vandenberghe/ Unsplash

Entre nuvens, um castelo a flutuar

Um castelo de sonhos, entre as nuvens, contemplei
De inumeráveis quimeras, rimas, poemas, sinfonia;
Águas marinhas, resplandescente cristal, felicidade,
Esmeraldas, jasmins, rosas e perfumes de lavandas.

Com ruas e praças de ouro, transparente feito vidro,
Contornado por muros de jaspe e portas de pérolas;
Fundamentado em belezas e preciosidades minerais;
Mar ali não separa, apenas o rio segue levando vida.

Da beleza do amanhecer, o dia se estende sem ter fim,
A noite não se pode encontrar, Sol e Lua ocultaram-se.
Valioso recanto, pelo qual tudo se vendeu pra adquirir
Melhor lugar do mundo onde estar pra se reencontrar.

Numa encosta fui ver o mar
Joshua Munoz/ Unsplash

Numa encosta, com vista pro oceano safira, me debrucei,
Onde desencontros se fazem encontros no brilho da luz,
Lugar onde, de tristezas e dor, lágrimas não correm mais.
Aqui pastam juntos lobo e cordeiro, leão e o boi também,

Nova dimensão, céus e terra retornaram ao estado natural.
Na rua principal há alimento e cura, das árvores, vida sai.
Os confortos, prazeres e maravilhas de outrora passaram;
Tudo perde o sentido, lembranças apagam em deslumbre.

Ao retornar, lancei-me em belezas, terrestres esplendores,
Do canto dos pássaros à fragrância presente nos jasmins;
Acumulei-os, em busca do que nos sonhos pude atentar,
Contemplando a glória do que consegui, sinto ainda faltar,

Nem deleites ou encantos puderam reproduzir o que vi ali,
Coisa alguma se pode comparar com o resplendor que há.
Castelo feito de sonhos e nuvens, adornado, desce do céu.
Tesouro escondido, das coisas de cima a mente me encheu.


#papolivre

Quando a gente descobre algo mais belo e melhor que tudo que encontramos, as outras coisas esmaecem em sentido e cor, deixando de ter o mesmo poder de atração sobre nós [Mateus 13.44-46]. E quanto mais pensamos nessa descoberta, maior se torna o desejo e a pressa de tê-la o mais breve possível [Salmos 42.1], até sermos um [1 Coríntios 15.28] com as belezas e a esperança além de toda deformidade e tristeza; de toda imperfeição e decaimento.

Mesmo o avanço da ciência tendo possibilitado avanços e conforto, reduzindo distâncias e exclusão, nossos poemas e canções ainda falam de um anseio oculto na alma: a necessidade de um lugar onde a paz é uma constante – como aborda o artigo “As cores quentes e frias da vida“. Esse lugar, ao qual prazer nenhum dá pra comparar, vem se aproximando [Marcos 1.15] – está mais próximo que se possa imaginar – com dimensões e esplendor tal; que nem com toda tecnologia e recursos humanos foi possível alcançar seu nível de plenitude e harmonia [Apocalipse 21.10-23, Apocalipse 22.1-5, Isaías 65.17-25].

Ósculos e amplexos,

Mishael Mendes Assinatura
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